O Município de Murça celebra a primeira edição da festa “Vinhos Brancos na Praça”, entre 2 e 3 de junho, para homenagear os viticultores locais e destacar “o potencial” do concelho para a colheita deste produto do Douro.
“Murça tem todas as condições para se afirmar como a capital dos vinhos brancos do Douro”, afirmou hoje o presidente da Câmara de Murça, Mário Artur Lopes.
Para sustentar esta afirmação, o autarca “destacou a natureza dos solos, a localização dos terrenos e o trabalho incansável de gerações e gerações de viticultores no desenvolvimento da cultura da vinha e na adaptação das melhores castas ao território”.
Por isso, Mário Artur Lopes salientou ainda que se pretende homenagear os viticultores do concelho e o trabalho na vinha.
“Abrir novos horizontes ao Alto Douro Vinhateiro passa também por dar a conhecer ao mundo o que este território ímpar produz de melhor, o que, no caso de Murça, é a qualidade das suas uvas, em especial as uvas brancas, que dão origem a vinhos distintos e cheios de caráter”, acrescentou.
A festa, promovida pela câmara do distrito de Vila Real e coorganizada pela empresa Greengrape, vai estender-se pelas praças da Porca, monumento ex-líbris de Murça, e do Pelourinho, localizadas no centro histórico, associa-se à feira franca de produtos locais e pretende, também, dinamizar o comércio local.
O encontro insere-se na Cidade Europeia do Vinho que, em 2023, coloca em destaque todo o Douro e os 19 municípios agregados na Comunidade Intermunicipal (CIM).
“No ano em que o Douro ostenta o título de Cidade Europeia do Vinho, a mostra ‘Vinhos Brancos na Praça’ associa Murça a este momento de celebração coletiva, com o propósito de se afirmar no futuro como um encontro de festa e de valorização do concelho e das suas gentes”, salientou Mário Artur Lopes.
Segundo a informação divulgada pelo município, a companhia Ramos Pinto foi das primeiras “a descobrir” o potencial de Murça para a produção de vinhos brancos, por intermédio de José António Rosas que, há mais de 50 anos, começou a comprar uvas neste concelho para a elaboração de vinhos do Porto brancos.
Depois, nas últimas duas décadas outros produtores “lhe seguiram as pisadas”.
No certame participam produtores de vinho do concelho, como as Caves de Murça, a Quinta de Porrais (Casa Santos Lima), Águia Moura, Monte de São Sebastião, Seis Tornas, Casa Agrícola Borges, Casa Boal, Bichoso Winemakers, Quinta do Cabeceiro, João Bessa e a Casa Castro Malheiro.
A festa “Brancos na Praça” conta ainda com outros produtores do Douro, associados ao concelho através da compra regular de uvas para vinhos brancos tranquilos e Porto branco.
O programa inclui eventos culturais e animações vínicas, associa as provas de vinhos e a venda “a preços de produtor” com a gastronomia, como os enchidos, os queijos e os doces típicos locais, desde o toucinho do céu às queijadas de chila.
Prevê ainda o momento “Conversa na Praça”, coordenado pelos críticos João Paulo Martins e Pedro Garcias e que será dedicado ao tema “Murça e a originalidade dos seus vinhos brancos”.
Durante o certame, a Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça vai lançar um azeite com cacau, que a organização diz ser o “primeiro azeite do mundo elaborado a partir da fusão de azeitonas com cacau”, neste caso cacau biológico da Roça Diogo Vaz, de São Tomé e Príncipe.
Este produto pretende também homenagear o Marquês de Valle Flor, natural de Murça, que no século XIX foi proprietário de várias roças em São Tomé, tendo sido considerado um dos maiores produtor de cacau do mundo.
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