Esta manhã, cerca de 20 ativistas da Greenpeace concentraram-se em frente ao edifício que acolhe a reunião dos ministros europeus do Comércio, com cinco dos quais a subir à fachada para colocar cartazes pedindo que se “pare com o acordo UE-Mercosul”, constatou a agência Lusa no local.
A polícia belga está no local a impedir a passagem de peões junto ao local da ação de contestação, verificou também a Lusa.
Através da rede social Twitter, a Greenpeace Europa confirma que os ativistas “estão neste momento a escalar o Edifício Europa, em Bruxelas, onde os ministros do comércio da UE se reunirão ainda hoje para discutir o acordo comercial com o Mercosul”.
Na visão desta organização não-governamental ambiental, “este acordo é um desastre para a natureza, para os agricultores e para os direitos humanos”, sendo por isso “altura de parar com o acordo UE-Mercosul”.
“O acordo UE-Mercosul ameaça aumentar o comércio de carne de vaca barata, peças de automóveis e pesticidas tóxicos, mesmo aqueles cuja utilização é proibida na Europa”, critica a Greenpeace Europa, apelando a que os ministros europeus do Comércio “impeçam a Comissão Europeia de levar por diante este acordo tóxico”.
O acordo comercial da UE com os países do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – foi estabelecido pelas partes em 2019, altura em que foram concluídas as negociações, mas a sua ratificação está paralisada por causa das reservas ambientais colocadas por diversos Estados-membros, principalmente de França.
De momento, a UE está a trabalhar numa declaração que especifica os compromissos ambientais, especialmente no caso do Brasil, que tem a ver com o combate à desflorestação da Amazónia, e à garantia do cumprimento do Acordo do Clima de Paris.
Este acordo comercial UE-Mercosul envolve 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população do mundo.
Hoje, num almoço de trabalho no âmbito do Conselho de Comércio, os ministros discutirão as negociações bilaterais em curso sobre este acordo comercial, cuja ratificação continua bloqueada e sobre a qual não se esperam avanços em breve.
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