Os trabalhadores da Nobre Alimentação, em Rio Maior (Santarém), cumpriram esta quarta-feira mais um dia de greve e decidiram marcar nova paralisação para 11 de setembro, além da que já tinham agendado para 31 de julho.
Diogo Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas e Tabaco (SINTAB), disse à Lusa que os trabalhadores, concentrados à porta da empresa, decidiram agendar uma nova greve, dado o total silêncio da administração da empresa em relação às suas reivindicações, num protesto em que participa, igualmente, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC).
Segundo o sindicalista, a greve desta quarta-feira contou com uma adesão de 93% dos 600 trabalhadores da empresa.
Os trabalhadores, que fizeram greve, pelos mesmos motivos, em 8 de março de 2017 e, este ano, em 9 de fevereiro e 28 de abril, têm agendada, para além da paralisação desta quarta-feira e de outra dia 31 de julho, decididas em plenário no passado dia 15, nova paragem para 11 de setembro, disse.
No final de maio, os trabalhadores europeus do grupo mexicano Sigma, que detém a Nobre Alimentação, em Portugal, manifestaram “repúdio e indignação” pela postura da administração da empresa instalada em Rio Maior, declarando-se solidários com as reivindicações dos trabalhadores portugueses.
Os trabalhadores das empresas do grupo situadas na Europa declararam-se “profundamente preocupados” com a postura da administração da Nobre, salientando que a Sigma, “líder mundial em produtos alimentares”, tem “um compromisso com a justiça e a valorização dos seus trabalhadores em todas as suas operações”.
Questionada pela Lusa aquando da greve de abril, a Nobre Alimentação disse estar “sempre atenta às necessidades” dos “colaboradores e da empresa”, as quais discute com os sindicatos, “de forma positiva e transparente”, em “reuniões frequentes”.
“Reiteramos o nosso compromisso de disponibilidade para dar continuidade às reuniões regulares e, juntos, olharmos para o caminho a seguir”, afirmava a empresa.