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A agricultura da UE está mais orientada para produzir ou para cultivar?

O sector agrícola na União Europeia (UE) continua a representar uma importante fatia do orçamento comunitário, tal como a produção agrícola, que continua a ser um ramo industrial que gera milhares de milhões na União.

A agricultura representa uma importante parcela do orçamento da União Europeia (UE), que para os próximos anos vai ser superior a 1800 mil milhões de euros, incluindo os valores do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) e do Next Generation, o programa criado para reerguer as economias europeias no pós-pandemia

Os Recursos Naturais e o Ambiente são uma das áreas com maior dotação no orçamento da UE, com cerca de 373,9 mil milhões, dos quais mais de 350 são dedicados à política agrícola e marítima. Contudo, sendo um sector transversal, a agricultura pode também ir buscar fundos a outras áreas. Por exemplo, no campo da coesão, existe uma vertente alocada ao desenvolvimento regional que tem o desenvolvimento rural como um dos principais recursos. O mesmo acontece no ramo da investigação e da inovação, onde a agricultura está contemplada como um dos eixos estratégicos para o futuro da UE.

O sector agrícola industrial gerou mais de 411 mil milhões em 2020. No total, mais de metade de toda a produção agrícola na UE diz respeito ao cultivo de vegetais (52,8%), como cereais, frutas, plantas e vinha. Na produção animal, o leite continua a ser o derivado produzido em maior escala, representando 13,1% da produção agrícola europeia.

Produção de carne

A produção de carne tem sido um dos temas mais discutidos quando se define a política agrícola da UE. De um lado, o lobby da carne procura manter o seu espaço no quadro comunitário. Do outro, pressões de ambientalistas alertam para a necessidade de reduzir a produção de carne na Europa.

O que é certo é que, segundo os dados, a quantidade de carne produzida na UE tem-se mantido constante ao longo da última década: sempre a rondar as cerca de sete mil toneladas, sendo a França o maior produtor a nível da UE.

A carne, tal como os derivados, é fundamental para equilibrar a balança comercial da UE. A UE exporta mais carne e animais vivos do que importa, ao contrário do que acontece com o pescado, onde a União é obrigada a importar uma parte significativa daquilo que é consumido. Em 2019, num período pré-pandemia, a UE exportou mais de 15 mil milhões de euros em carne. […]


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