
É um dos rios mais icónicos do mundo e desempenhou um papel central na história da Europa. Nascido na Floresta Negra, na Alemanha, percorre mais de 2.800 quilómetros até desaguar no Mar Negro, moldando fronteiras, alimentando cidades e inspirando artistas ao longo dos séculos. Ao todo, passa por 10 países.
Rio Danúbio€
O Danúbio é o segundo maior rio da Europa, apenas atrás do Volga, na Rússia. Com mais de 2.800 quilómetros de extensão, corta dez países europeus: Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Bulgária, Roménia, Moldávia e Ucrânia. O seu sistema fluvial Danúbio-Breg ocupa a 31.ª posição entre os maiores do mundo, sendo apenas superado por gigantes como o Nilo e o Amazonas, de acordo com o jornal britânico Daily Express.
Nascente do rio
A nascente situa-se na Floresta Negra, no sul da Alemanha, seguindo para sudeste até ao delta no Mar Negro, numa região que marca a fronteira entre a Europa e a Ásia. Pelo caminho, o Danúbio banha quatro capitais: Viena, Bratislava, Budapeste e Belgrado, todas fortemente influenciadas pelo rio ao longo do seu crescimento.
Na sua obra ‘Danube: A Sentimental Journey from the Source to the Black Sea’, o historiador e ensaísta italiano Claudio Magris caracteriza o rio como símbolo da diversidade cultural da Mitteleuropa — germânica, magiar, eslava, judaica e romana, e sublinha que o Danúbio representa a própria “alma da Europa”, assumindo um papel central na identidade histórica e cultural do continente.
Um motor de crescimento e defesa
Historicamente, o Danúbio foi vital para a defesa e expansão das cidades. Serviu de barreira natural ao Império Romano, que ergueu castelos e fortalezas nas suas margens, muitos deles ainda visíveis. Além disso, forneceu abastecimento de água e rotas comerciais que favoreceram a prosperidade de várias regiões.
Ainda hoje, o rio mantém-se como um eixo de comércio fundamental. A ligação ao Canal Meno-Danúbio conecta o rio ao Reno e ao Mar do Norte, permitindo que mercadorias atravessem a Europa de oeste a leste, até ao Mar Negro.
Energia e cultura
O Danúbio não é apenas uma via comercial. É também fonte de energia hidroelétrica, sobretudo através da barragem das Portas de Ferro, entre a Roménia e a Sérvia, que abastece milhares de famílias, segundo a mesma fonte.
Na cultura, tornou-se símbolo europeu imortalizado por Johann Strauss na valsa “O Belo Danúbio Azul”, obra que inspirou músicos, poetas e pintores de várias gerações.
Um destino turístico em expansão
Atualmente, o rio ganhou protagonismo no turismo de cruzeiros. O percurso que atravessa Viena, Bratislava e Budapeste é conhecido como a “rota das grandes capitais”, misturando arquitetura clássica, história e património cultural.
Segundo o guia de viagens Mark Soberman, citado pela mesma fonte, “os cruzeiros pelo Danúbio duram normalmente sete a oito dias e permitem descobrir cidades deslumbrantes, mas também pequenas joias escondidas”.
Muitos viajantes dividem-se entre escolher o Reno ou o Danúbio para navegar. Enquanto o Reno é famoso por castelos, vinhas e aldeias pitorescas, o Danúbio oferece o impacto de grandes cidades europeias, com destaque para Budapeste e Viena, que deslumbram pela arquitetura e riqueza cultural.
Do passado ao futuro
Vigiado atualmente pela Comissão do Danúbio, que garante navegação segura e acesso a todos os países ribeirinhos, o rio mantém-se, segundo o Daily Express, como um dos maiores motores económicos e culturais da Europa.
Do Império Romano aos modernos cruzeiros turísticos, o Danúbio continua a ser um fio condutor da história europeia, unindo povos, capitais e culturas ao longo de dez países.
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