Há mais de 20 anos, a União Europeia e o Mercosul – o grande bloco económico da América do Sul composto pelo Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai – começaram a discutir um acordo comercial para estabelecer um mercado de 750 milhões de consumidores que representava, antes da pandemia, cerca de 25% do PIB mundial. E depois de dificuldades e várias pausas nas negociações, o tratado foi assinado em junho de 2019, aguardando os processos de ratificação dos parlamentos nacionais e do Parlamento Europeu.
Quem achar que este é um assunto resolvido e que agora estamos apenas à espera das burocracias de 31 países e do Parlamento Europeu será um espírito otimista, já que a União Europeia está muito interessada no acesso ao mercado de bens e serviços sul-americano mas pouco entusiasmada com a possibilidade de abrir as portas à agro-industria brasileira e argentina. Do lado do Mercosul as preocupações são as opostas, embora mais abertos a encontrar soluções de compromisso.
Se não bastassem as questões comerciais, de mercado, alguma divergência das regras sanitárias e a capacidade de mobilização dos representantes dos produtores mais afetados pela abertura das fronteiras, […]
Continue a ler este artigo no Diário de Notícias.
Bernardo Ivo Cruz
Investigador associado do CIEP / Universidade Católica Portuguesa