A floresta em tempo de calmaria – Manuel Carvalho

Sem as chamas a entrarem-nos pela televisão dentro, a floresta portuguesa voltou a ser o que também tem de ser para uma comunidade humana normal: uma fonte de recursos. Aproveite-se a calmaria para deixar em paz a floresta de produção, para nos preocuparmos em encontrar soluções para a floresta de protecção.

A floresta portuguesa é essencialmente pirófita, até na política. Quando há fogo, devastação, culpas a atribuir e indignações a reclamar em público, a floresta torna-se o assunto mais importante do nosso destino colectivo. Quando o Verão é temperado e o princípio do Outono frio, não há fogo e a floresta fica remetida ao seu natural estado de desenvolvimento vegetativo. É caso para dizer que é melhor que não haja fogo por todas as razões e mais a que acelera o instinto político e legislativo do Governo ou das oposições. Não é que não faça falta o reformismo, o reforço da protecção ou o estímulo ao nosso mais importante recurso natural renovável; é que o pousio político na floresta evita ao menos

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