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A indústria europeia de pasta e papel saúda os planos da Comissão Europeia na preparação do caminho para o uso circular do carbono

O conhecimento científico sobre o clima é claro: a solução para enfrentar as alterações climáticas passa por assumir a redução das emissões de combustíveis fósseis. Os cenários criados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) compatíveis com a meta dos 1,5°C, a que se refere o novo Comunicado da Comissão da UE sobre Ciclos de Carbono Sustentáveis, ​​incluem as remoções de carbono como uma forma de evitar impactos que agravem as alterações climáticas. A CELPA – Associação da Indústria Papeleira, em articulação com a Cepi – Confederação Europeia das Indústrias do Papel, acolhe favoravelmente este Comunicado. Ele reconhece a importância do papel que as bioindústrias e a gestão florestal sustentável têm no apoio a uma nova abordagem de combate às alterações climáticas, contribuindo assim para a economia do futuro.

Não é novo o alinhamento da indústria europeia de pasta e papel com os objetivos propostos no Comunicado da Comissão da UE. Na última década o setor industrial da UE, que a indústria da pasta e do papel lidera, assumiu o compromisso de reduzir significativamente a sua dependência do carbono de origem fóssil para obtenção de energia. Mais recentemente, também tem dado passos muito relevantes no desenvolvimento de produtos sustentáveis. A indústria europeia de pasta e papel destaca-se ao nível mundial na reciclagem, contribuindo de forma decisiva para manter os ciclos e o armazenamento de carbono biogénico. Com base nesta experiência, a indústria mantém-se atenta a oportunidades para a utilização circular de carbono.

O comunicado da Comissão reconhece o papel da Gestão Florestal Sustentável no reforço dos ciclos sustentáveis ​​do carbono. A proteção da biodiversidade, parte integrante dessa gestão, é associada a práticas que aumentam a capacidade das florestas em mitigar as alterações climáticas sequestrando carbono da atmosfera. A CELPA e a Cepi destacam a vulnerabilidade das florestas envelhecidas face ​​às alterações climáticas, debilitando a permanência de sumidouros florestais, ditada pela ausência de boas práticas de gestão florestal e estratégias de adaptação ao clima. A indústria da pasta e do papel já se associou à iniciativa da Comissão Europeia em plantar 3 biliões de árvores até 2030, contribuindo para uma floresta mais jovem e aumentando as hipóteses de se atingirem as ambições climáticas da UE.

A cadeia de valor desta indústria explora novos modelos de negócio baseados nos ciclos do carbono biogénico. São usadas imagens de satélite e serviços de satélite (Copernicus) para monitorizar os conteúdos de carbono das florestas. As fábricas de pasta e papel podem alcançar balanços de carbono negativos, graças à combinação da utilização de bioenergia com o sequestro e armazenamento de carbono. A Cepi, que a CELPA integra, tem assumido a defesa do estabelecimento de normas e diretrizes voluntárias para o setor, que possam ser relevantes para o futuro quadro de certificação dos sistemas de remoção e armazenamento de carbono. Assim, a CELPA em conjunto com a Cepi, está pronta a contribuir para o grupo dedicado a este assunto o “Carbon farming expert group”, que virá a ser criado pela Comissão.

“Com frequência, a indústria europeia de pasta e papel lidera o desenvolvimento de modelos de negócios que beneficiam tanto a sustentabilidade quanto a circularidade. Atualmente esta indústria encontra-se de novo numa posição ideal para o fazer, no âmbito dos novos paradigmas da bioeconomia e da economia de carbono”, afirma Jori Ringman, Diretor Geral da Cepi. “A circularidade, a mitigação das alterações climáticas e a bioeconomia funcionam em sinergia. Para as abordar, são necessárias políticas sistémicas”, afirma o porta-voz da Cepi.


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