A inércia está a ser tão prejudicial como a falta de chuva – Rui Cristina

É tempo de passarmos à ação e abordarmos a questão dos transvases sem preconceitos.

A água é um bem essencial à vida e as secas, cada vez mais frequentes em Portugal continental, exigem uma resposta capaz de enfrentar esta situação cada vez mais gravosa e que afeta, sobretudo, o Alentejo e Algarve.

As alterações climáticas estão a colocar a Europa à beira de uma catástrofe, provocando uma redução das reservas de água subterrânea, devido à grave escassez de água durante os meses de verão que, desde 2018, se tem vindo a prolongar ano após ano. Desde então, não houve um aumento significativo nos níveis de águas no subsolo, que se apresentam constantemente baixos. O alerta provém dos resultados de um estudo publicado na revista científica Geophysical Research Letters através da utilização de gravimetria por satélite para recolha de dados, por forma a observar os recursos hídricos subterrâneos e documentar as mudanças observadas nos últimos anos.

Em Portugal, este alerta foi precedido pelas graves consequências que a seca endémica, registada nas regiões a Sul do rio Tejo, tem provocado na agricultura e diversos setores da economia, com destaque para o impacto severo a nível dos habitats naturais. Em fevereiro de 2022, mais de 60% do território de Portugal continental estava em seca extrema, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Soaram as campainhas de alarme, mas pouco tem sido feito e as medidas veiculadas, designadamente nos Planos de Eficiência Hídrica, ficam-se pelas intenções.

Contudo, segundo a Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, Portugal consome apenas 7,5 mil milhões de metros cúbicos de água por ano – 7% vão para o consumo doméstico, 5% para a indústria e 87% para a agricultura – quando as reais […]

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