As alterações climáticas são uma realidade inegável e as culturas cujas produções são fortemente condicionadas pelo clima são as primeiras a acusarem os resultados dessas mesmas alterações, servindo até de indicadores.
No grupo das espécies agronómicas mais sensíveis ao efeito das alterações climáticas está a anoneira, uma vez que os fatores climatéricos afetam de forma significativa a sua produtividade, até porque a polinização e a fecundação dependem fundamentalmente da temperatura, da humidade relativa e do vento, com intervalos bastantes precisos, para que se processe a polinização e a fecundação natural.
Nos últimos quatro ou cinco anos, e com maior incidência no ano transato, a produção tem vindo a decrescer significativamente e, na campanha de 2020/2021, registou-se, em média, uma redução de 80%. As previsões para a atual campanha (2021/2022) são relativamente melhores, com um acréscimo entre 15 a 20%. No entanto, se comparado com um ano normal de produção, é ainda considerado um ano com baixa produção.
Esta situação, que aparenta ser mais frequente, “obriga” aos produtores de anona a recorrer à técnica da poda e, sobretudo, à polinização manual, garantindo, assim, um rendimento mais elevado.
De entre as práticas agronómicas, a poda, em conjunto com a polinização manual, além de garantir uma melhor produção, permite que o agricultor oriente a sua produção para uma determinada época do ano, conseguindo não só uma maior quantidade e qualidade, como também melhores preços.
Esta prática requer, de igual modo, uma maior atenção às regas e à fertilidade, para potencializar a polinização manual.
Os Serviços da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, já antevendo a situação, tem vindo a promover nos últimos anos ações de formação, no âmbito da “poda em anoneiras” e “polinização manual em anoneiras”.
Os benefícios da poda, conjugada com a polinização manual, é obter produções mais elevadas, na época do ano que mais lhe interessa, nomeadamente em termos de preço.
Caso esteja interessado em saber mais sobre a técnica da polinização manual, pode dirigir-se à Direção de Serviços de Desenvolvimento Agronómico (DSDA), no Caminho das Voltas, n.º 11, Santa Maria Maior, ou contactar através do telefone 291 214 310 ou do e-mail dsda.dra@madeira.gov.pt.
Aurélia Sena
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
O artigo foi publicado originalmente em DICAs.