A Segurança Alimentar e a Saúde Publica – Carla Gomes Pereira

As sociedades de hoje colocam à disposição dos consumidores uma variedade e quantidade cada vez maior de alimentos, grande parte da qual processados industrialmente. Esta situação começa a levantar inúmeros problemas relativos à segurança alimentar dos produtos consumidos, nomeadamente com a sua contaminação que decorre da responsabilidade dos produtores e das técnicas de produção desenvolvidas e da responsabilidade dos consumidores que desconhecem as regras básicas de higiene e segurança na aquisição, conservação e processamento dos alimentos.

Existem diversos tipos de contaminações a que os alimentos podem estar sujeitos e que representam um risco efectivo para a saúde publica. De entre os diversos tipos de contaminação, salienta-se a presença nos alimentos de microorganismos e toxinas produzidas por microorganismos, e a contaminação química decorrente das práticas de agricultura intensiva.

Os microorganismos encontram-se disseminados pela Natureza e consequentemente pelos alimentos. Existem microorganismos cuja presença nos alimentos é imprescindível para que o alimento adquira as suas características próprias, no entanto, a presença de outros especialmente os considerados patogénicos são de extrema gravidade quando presentes em quantidades passíveis de afectar gravemente a saúde publica dos quais se salientam Salmonella, Listeria monocytogenes, Campylobacter, Escherichia coli e o Vibrio cholerae. A presença de microorganismos patogénicos nos alimentos pode manifestar-se sob a forma de gastroenterites relativamente fáceis de controlar e em casos mais graves assumir proporções de ulceras, aborto, meningites, cólera e em casos extremos a morte.

Por vezes o perigo reside não tanto na presença dos microrganismos nos alimentos mas nas micotoxinas por eles produzidas quando encontram condições ideais de desenvolvimento. Neste grupo encontram-se as micotoxinas produzidas por fungos microscópicos, normalmente designados por bolores, e das quais se salientam, por serem as mais nocivas para o Homem, as Aflatoxinas (B1, B2, G1 e G2) e a Ocratoxina A .Destas micotoxinas conhecem-se, entre outros, os efeitos altamente cancerígenos da Aflatoxina B1 e os problemas hepáticos, que podem conduzir à morte, promovidos pela Ocratoxina A .

Da necessidade de se produzirem elevadas quantidades de produtos agrícolas, utiliza-se na agricultura intensiva um conjunto de produtos fitofarmacêuticos com o intuito de combater pragas e doenças. Dentro destes produtos surgem os pesticidas de uso agrícola que englobam entre outros, os fungicidas, herbicidas, insecticidas e acaricidas, todos apresentando um maior ou menor grau de toxicidade para o Homem.

Os pesticidas em geral possuem elevada resistência à biodegradação pelo que acumulam-se e disseminam-se pela Natureza e consequentemente pelas cadeias alimentares até chegarem ao Homem. É hoje conhecida a acção mutagénica, genotóxica, teratogénica e carcinogénica destes compostos no organismo humano.

Ao contrário do que acontece com os microrganismos, cujos efeitos patogénicos se manifestam ao fim de algumas horas, o efeito nefasto dos pesticidas só se manifesta ao fim de alguns anos dado que a sua toxicidade deve-se à sua acção cumulativa no organismo humano.

O controlo da qualidade dos produtos alimentares constitui um esforço importante que tem por objectivo garantir a qualidade comercial e a salubridade dos produtos alimentares. À medida que as actividades agro-alimentares se organizam e evoluem de uma forma artesanal para a escala industrial, o controlo da qualidade vai-se impondo como uma arma essencial para o bom funcionamento das industrias e em que os laboratórios de controlo da qualidade agro-alimentar surgem como organismos essenciais nesse funcionamento dando uma resposta isenta e fiável utilizando para o efeito tecnologias de detecção e quantificação cada vez mais sofisticadas e precisas aumentando assim a confiança dos produtores, dos transformadores e acima de tudo dos consumidores.

O Labiagro, Laboratório Químico, Agro-alimentar e Microbiológico Lda, surge neste contexto como uma mais valia para o controlo da qualidade agroalimentar no panorama português, desenvolvendo técnicas analíticas de elevada exactidão, sensibilidade e precisão na área da Química Alimentar como a Cromatografia liquida de alta resolução (HPLC) e em fase gasosa (GC), Espectrometria de massa (GC/MS) e Espectrofotometria de UV/VIS. Tendo também um laboratório de Microbiologia Alimentar, o Labiagro permite dar uma resposta eficaz e credível nas duas áreas mais problemáticas na área alimentar.

Carla Gomes Pereira
Eng.ª Biotecnóloga
Responsável pelo Departamento da Qualidade da


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