Fernando Santos Pessoa

A Serra da Estrela e o resto do país – Fernando Santos Pessoa

Como seria hoje tão facilitado o trabalho dos guardas com a videovigilância e outras tecnologias, no início dos incêndios. Mas, para isso, era precisa a organização que o primeiro-ministro, como ministro da Administração Interna, ajudou a derrubar em 2006.

Isto não pode ser descrito com meias palavras ou subentendidos, de retórica estamos todos fartos. O país vem sendo destruído paulatinamente, ano após ano, sempre tudo envolvido pela tal retórica de falsa eficiência que encobre uma visão e uma estratégia completamente erradas para a sustentabilidade do território – se esta fosse minimamente um objectivo nacional.

O primeiro-ministro diz e repete que, depois de apagado o fogo que consome a Serra da Estrela, é preciso fazer um estudo. Mais um estudo, mais uma comissão ou grupo de trabalho – a habitual solução para que continue tudo na mesma. Se o primeiro-ministro tivesse tido tempo para ver e ouvir canais TV e rádio teria ouvido técnicos da Estrela, que dedicaram a vida à sua defesa, pessoas das aldeias e autarcas a dizerem que está tudo mal desde o início, que falhou a estratégia de gestão da paisagem – talvez o tal novo estudo venha dizer a mesma coisa e invente soluções iluminadas como as que deram cabo das Áreas Protegidas e da Autoridade Florestal Nacional. Tudo obra de iluminados…

Desde a criação do Parque Natural (PN), em 1977, a sua direcção e pessoal, juntamente com os grandes administradores florestais de então (como os engs. Boieiro e Farraia) e os bombeiros que recebiam ordens apenas dos seus próprios comandantes (e não de uns senhores de fardas azuis com muitos galões e medalhas), tratavam do problema dos incêndios; mal se dava conta de uma coluna de fumo, acudia-se logo e apagava-se o fogo. Agora deixa-se […]

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