A sustentabilidade da Fileira da Carne: Uma realidade! – Graça Mariano

Estimados associados já muito se tem escrito sobre a sustentabilidade na fileira  da carne. 

Com mais detalhe na “Estratégia da Comissão Europeia Farm to Fork”, a qual, tem como objetivo o de tornar os sistemas alimentares justos, saudáveis e amigos do  ambiente.  

A Comissão apresenta números preocupantes, dando nota de que hoje os  sistemas alimentares representam quase um terço das emissões globais de GEE (gases com efeito de estufa), consomem grandes quantidades de recursos  naturais, resultam em perda de biodiversidade e impactos negativos na saúde  (devido à sub e sobre-nutrição) e não permitem retornos económicos e meios de  subsistência justos para todos os atores, em particular para os produtores  primários. 

A Estratégia “Da Exploração Agrícola à Mesa” visa acelerar a nossa transição para  um sistema alimentar sustentável que deverá: 

o ter um impacto ambiental neutro ou positivo; 

o ajudar a mitigar as alterações climáticas e a adaptar-se aos seus impactos; o inverter a perda de biodiversidade; 

o garantir a segurança alimentar, a nutrição e a saúde pública, assegurando  que todos tenham acesso a alimentos suficientes, seguros, nutritivos e  sustentáveis; 

o preservar a acessibilidade dos preços dos alimentos, gerando  simultaneamente retornos económicos mais justos, fomentando a  competitividade do sector de abastecimento da UE e promovendo o  comércio justo; 

De facto, já existem em curso muitos destes objetivos, e que apenas faltam ser do  conhecimento da população em geral, sendo necessário operacionalizar as  seguintes diretrizes, nomeadamente: 

DESCARBONIZAÇÃO  

A Descarbonização da Indústria visa alterar as fontes de energia de origem fóssil  por fontes de energia renovável. A sobrevivência do setor passa por esta  mudança de paradigma. As empresas que não acompanharem o andamento  desta mudança terão muitas dificuldades de sobrevivência. 

POUPANÇA  

A poupança que resulta por via da utilização de fontes renováveis é muito  vantajosa.  

Tenhamos em consideração o caso do Biogás. Para produzir este gás de origem  renovável são utilizados os subprodutos gerados nos matadouros, NÃO  VALORIZADOS, o que constituirá um enorme benefício económico resultante de  não haver custos, por não precisarem de serem eliminados por uma UTS. Se  considerarmos que a poupança atual do Biogás é superior a 50% tendo por base  somente o custo do MW/h de Biogás contra o atual custo do MW/h do gás  natural teremos de somar a esta poupança a redução de custos com eliminação  de subprodutos não valorizados.  

EFICIÊNCIA  

Sermos capazes de fazer mais com o mesmo consumo, dando como exemplo um  carro com 20 anos e um carro novo, ambos fazem os mesmos Km’s com  consumos diferenciados por via da sua eficiência associado a tecnologia.  Também o parque de equipamentos térmicos (caldeiras) necessita urgentemente  de uma revitalização, a qual deve apostar nas energias renováveis.  

SUSTENTABILIDADE  

A Sustentabilidade da fileira da carne não é somente económica apesar desta ser  vital, há de ter de ter em conta a sustentabilidade ambiental, cumprindo os  objetivos da “estratégia Farm to Fork”. Esta sustentabilidade vai muito acima da  utilização de renováveis no processo de transformação mas em toda a cadeia do  produto associando outras boas práticas como a racionalização dos recursos  nomeadamente a água, a separação de resíduos e a redução no consumo de  energia.

ECONOMIA CIRCULAR  

Um dos melhores exemplos de ECONOMIA CIRCULAR serão os projetos de  Biogás e Biometano. A produção destes gases renováveis acontece com a  valorização de resíduos orgânicos/subprodutos da Agroindústria e da Pecuária. TODOS estes resíduos estão em fim de ciclo tendo uma valorização ENERGETICA  antes do último destino como biofertilizante.  

Um grande número de Associados integra TODA a Cadeia (Do Prado ao Prato),  pelo que, se para os Industriais da Carne os projetos de Biogás fazem todo o  sentido, imagine-se para os grupos que produzem cereais (aplicação do  biofertelizante) para complementar a dieta dos seus efetivos (produção de  efluentes pecuários) e fazem abate e transformação (produção de Subprodutos  de origem animal não destinados ao consumo humano)  

Em suma, Um VERDADEIRO projeto de ECONOMIA CIRCULAR 360º. 

Creio que a solução do biogás a partir de subprodutos, será certamente uma  solução, com várias opções, desde fazer-se o investimento total, até fazer uma  parceria, para produção de uma unidade coletiva, utilizando os subprodutos  gerados por várias unidades, de abate ou pecuária. 

É tempo de pensarmos em soluções coletivas para um mesmo bem comum:  reduzir custos, utilizar subprodutos, produzir energia sem dependência do sol,  mas apenas de subprodutos e contribuir para a sustentabilidade ambiental. 

A APIC está disponível para vos ajudar a implementar soluções sustentáveis,  bastando nos contactar! 

Fonte: APIC


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