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– 19-05-2014 |
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A tempestade anunciadaCom o aumento da temperatura vem também o frenesim das decisões e das medidas avulsas de prevenção dos incêndios florestais Anunciam-se mais meios de combate, um reforço aqui, uma renovação ali, mais dinheiro, mais formação, novas tecnologias, muitas fardas novas, e fica tudo pronto para a tempestade do costume. Por outro lado no inverno não houve dinheiro, não houve tempo, nem atenção, e não houve nenhuma ação coordenada, além do esforço das equipas de Sapadores Florestais que resistem ao desinteresse. Este ano, segundo as últimas notícias, vai haver pessoas a trabalhar na floresta, com a inclusão até de desempregados nas ações de limpeza das matas e florestas. A medida, por princípio, não nos levanta grandes questões quanto à sua pertinência, já que esta força de trabalho a pode ser uma mais-valia, podemos porém questionar, o timimg e oportunidade desta decisão. Repare-se, que o Estado ajuda a suportar, através do programa de Sapadores Florestais do Fundo Florestal Permanente, o esforço anual de limpeza e manutenção dos espaços florestais, por isso conhece a importância destas ações e a necessidade que representam no espectro de defesa da Floresta. Mas também sabe, porque legislou nesse sentido, que uma pessoa para desenvolver estes trabalhos precisa de bastante formação (os Sapadores têm 200 horas de formação), sabe, porque fez campanhas de prevenção dos acidentes de trabalho na floresta, que a inexperiência é perigosa e combinada com as condições adversas de clima pode ser fatal. Sabe melhor do que ninguém (porque gere fundos comunitários que financiam ações deste tipo) que limpar uma mata é caro, exige tempo e coordenação, que se mal executado pode causar mais mal que bem. Conhece, porque proibiu, que as ações de silvicultura nesta época são um elemento potencialmente nefasto para a fauna e avifauna, em especial para trabalhadores que desconhecem o ecossistema florestal, porque não trabalham diariamente nestes espaços. Sabe ainda, porque regulou, que arborizar neste País já não pode ser deixado ao livre arbítrio dos proprietários e que as arborizações carecem de controlo técnico, mas também percebe, porque criou uma bolsa de terras que o minifúndio e a ausência de cadastro afastam os interessados. Mesmo sabendo disto tudo continua a manter demagogicamente as ideias de mexer agora que o calor começa a apertar. Resumindo as ações de silvicultura preventiva realizadas em condições climatéricas adversas (calor) são um fator em si mesmo de perigo, e que combinado com a inexperiência destes novos voluntários dá uma mistura potencialmente explosiva. Na prática todos somos poucos para fazer face a esta catástrofe dos incêndios florestais, mas todos ao mesmo tempo só nos estorvamos. Repetimos TODOS OS ANOS aos céus quase que a pedir clemência aos deuses para a tempestade anunciada pois sabemos que o ordenamento florestal levará décadas a preparar a floresta para os incêndios mas que ainda não começou, sabemos que as intervenções silvícolas se fazem no inverno e não quando se lembram. Sabemos que a floresta é um bem de todos e que todos temos obrigação de a defender. Resta-nos o consolo de esperar que este verão não haja vítimas e que São Pedro nos brinde com umas chuvas nos ajudem a evitar estragos maiores. Temos que continuar a acreditar Mas não é fácil E cansa cansa muito! 15 Maio 2014
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