No debate anual do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre a proteção de civis em conflitos armados, Guterres apresentou alguns dados que constam no seu último relatório sobre o tema, datado de 12 de maio, que mostra que a guerra está a devastar vidas em todo o mundo.
De acordo com o ex-primeiro-ministro português, as armas explosivas continuam a causar estragos, com 94% das suas vítimas em áreas urbanas a serem civis.
“Aqueles que conseguiram fugir da luta, fizeram-no em números recordes: o número total de pessoas forçadas a deixar as suas casas devido a conflitos, violência, violações de direitos humanos e perseguições chegou a 100 milhões”, indicou o líder da ONU.
“Guerra significa fome”, frisou Guterres, observando que o conflito armado é um fator-chave que impulsiona a insegurança alimentar em todo o mundo.
No ano passado, mais de 117 milhões de pessoas enfrentaram fome aguda principalmente por causa da guerra e da insegurança.
“Isto é um ultraje”, frisou.
“A terrível verdade é que o mundo não está a cumprir os seus compromissos de proteger os civis, compromissos consagrados no direito internacional humanitário”, sublinhou Guterres.
Em 2022, a ONU registou pelo menos 16.988 mortes de civis em 12 conflitos armados, um aumento de 53% em comparação com 2021.
Situações de conflito em que as vítimas civis aumentaram incluem Ucrânia, Somália e Palestina, enquanto Iémen e Síria, por exemplo, registaram quedas.
Leia Também: Prolongamento do acordo dos cereais é “uma boa notícia para o mundo”