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– 22-10-2013 |
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"Abram o olho, voc�s v�o perder as terras", avisa "sem-terra" brasileiro sobre o ProSAVANA em Mo�ambiqueUma das figuras centrais do movimento "sem-terra" brasileiro, Augusto Juncal, esteve em Maputo como "refor�o de peso" da campanha dos camponeses mo�ambicanos contra o ProSAVANA e deixou o alerta: "Abram o olho, voc�s v�o perder as terras". O ProSAVANA, um programa de desenvolvimento agr�rio dos governos de Mo�ambique, Brasil e Jap�o, que está ainda na fase inicial de implementa��o no centro e norte de Mo�ambique, está a ser contestado pela União Nacional dos Camponeses de Mo�ambique (UNAC), a maior organiza��o da classe no país. A ser concretizado, em milhões de hectares de 19 distritos mo�ambicanos do centro e norte de Mo�ambique, o ProSAVANA pretende dinamizar o agro neg�cio através da participa��o do sector privado na produ��o de culturas destinadas � exportação. A UNAC defende que o modelo brasileiro de desenvolvimento agr�rio de cerrado tropical que será replicado no projecto mo�ambicano vai provocar a expropria��o de terra de milhões de camponeses, agravar a pobreza e levar a tens�es sociais, tal como se passou com o fen�meno dos "sem-terra" no Brasil. Convidado de honra na II Confer�ncia Internacional Camponesa sobre a Terra, realizada esta semana em Maputo, Augusto Juncal, porta-voz do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), não tem d�vidas de que o ProSAVANA vai prejudicar os camponeses do centro e norte de Mo�ambique. "Eu acho que a preocupa��o com o ProSAVANA está pouca para o problema que está vindo. Acho que os camponeses ainda não se deram conta do que está vindo, porque, quando se derem conta, não vai ter nenhuma negocia��o com o Governo", disse � Lusa o militante da causa dos camponeses sem-terra do Brasil. "Eu estou falando: abram o olho, voc�s v�o perder as terras, não � brincadeira, isso � um processo de usurpa��o, de apropria��o de terra. No Brasil, o cerrado desapropriou muita popula��o, acabou com um dos biomas mais importantes" do país, enfatizou Augusto Juncal. Também o director da Organiza��o não-Governamental (ONG) angolana Ac��o para o Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de Angola (ADRA), Guilherme Santos, considera que se o ProSAVANA fizer prevalecer os interesses da agricultura empresarial em detrimento dos camponeses, o país passar� por tens�es sociais s�rias. "Se não se fizer absolutamente nada para proteger os interesses dos camponeses, se a tend�ncia for de pisotear os interesses dos camponeses vai haver convuls�es", apontou Guilherme Santos. O activista dos direitos dos camponeses angolanos considera que Mo�ambique ainda vai a tempo de evitar que o ProSAVANA resulte em preju�zos para os camponeses. "H� ainda oportunidade de di�logo, um di�logo que tenha uma finalidade aceite por todos, que tenha em conta a dimensão econ�mica, social e cultural de todos os agentes envolvidos. A sociedade civil mo�ambicana deve construir essa capacidade de influenciar o processo de decisão sobre o ProSAVANA", acrescentou Guilherme Santos. Durante a confer�ncia, a UNAC foi novamente enf�tica no rep�dio � iniciativa, acusando o Governo de "contradi��es" nos pronunciamentos sobre as consequ�ncias do programa e de intimida��o nas discuss�es com os camponeses. "O ProSAVANA tem sido marcado por contradi��es, porque temos o Governo central a negar que vai haver reassentamentos, mas os funcion�rios locais falam de milhões de terra necess�ria para o programa", disse Vicente Adriano, oficial de Advocacia e Coopera��o da UNAC. Fonte: Lusa
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