Com os radares móveis a tornarem-se cada vez mais comuns em toda a Europa, muitos condutores procuram formas criativas de evitar as coimas. Um alemão conseguiu fazê-lo de forma inusitada, legal, e agora está a dividir opiniões em vários países.
De acordo com o jornal espanhol Noticias Trabajo, o episódio ocorreu na cidade de Rottweil, junto à Floresta Negra, onde um radar móvel foi instalado numa rua com estacionamento autorizado. O condutor decidiu então estacionar a sua caravana mesmo em frente ao equipamento, impedindo-o de registar qualquer excesso de velocidade. A manobra, embora simples, tornou o dispositivo inutilizável durante horas.
Truque insólito tornou-se viral
O próprio condutor divulgou o feito nas redes sociais, onde o caso rapidamente ganhou notoriedade. A publicação suscitou reações entusiásticas entre os residentes da região, com alguns a sugerirem, em tom de brincadeira, que o homem merecia a “Cruz Federal de Mérito”.
A iniciativa dividiu a opinião pública, com muitos a considerá-la um exemplo de criatividade legal. Outros, no entanto, acusam o condutor de subverter o espírito da lei e de comprometer os objetivos da fiscalização rodoviária.
Tudo dentro da legalidade
Segundo o jornal Noticias Trabajo, o condutor não foi multado, uma vez que estacionou num local legalmente permitido para caravanas e não ultrapassou o limite de permanência no local. Como não houve dano, nem manipulação do radar, a ação foi considerada legítima.
A brecha legal resultou de um erro das próprias autoridades: o radar foi instalado num ponto onde o estacionamento é autorizado, permitindo que qualquer veículo, de forma legal, bloqueasse a sua visibilidade.
E em Portugal, seria permitido?
A legislação portuguesa não prevê, de forma específica, a obstrução intencional de radares como uma infração autónoma. Contudo, caso a manobra cause danos ao equipamento, poderá ser enquadrada como crime de dano qualificado, conforme o artigo 213.º do Código Penal.
Mesmo sem danos, se a atuação do condutor comprometer a fiscalização ou a segurança rodoviária, pode ser interpretada como contraordenação grave ou muito grave, consoante o impacto da ação.
Criatividade ou irresponsabilidade?
O método alemão reacendeu o debate sobre os limites da fiscalização por radares e o direito dos cidadãos à contestação, mesmo que dentro da legalidade. Para uns, trata-se de uma forma legítima de protesto; para outros, um incentivo a comportamentos que colocam em risco a segurança nas estradas.
Este caso serve como exemplo curioso, mas não deve ser replicado de forma leviana noutros países. A moldura legal varia consoante o local, e o que é legal num país pode ser punido noutro.
Fica o alerta para os imitadores
Apesar de a estratégia ter funcionado num contexto muito específico, especialistas citados pelo Noticias Trabajo alertam para os riscos de imitação. Sem conhecer bem a lei local, tentar repetir a façanha pode acabar por resultar numa multa, ou até em consequências mais graves.
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