Ribatejo tem um papel fundamental na agricultura sustentável do país.
Os associados da AEVO – Associação de Empresas de Valorização de Orgânicos – são responsáveis pela valorização de mais de 60% das lamas de ETAR produzidas em Portugal. Segundo o presidente da associação, Ricardo Silva, esta faz recolha de lamas em mais de 120 concelhos do país, sendo as mesmas utilizadas em valorização agrícola em mais de 40 concelhos.
Antes de serem reutilizadas, as lamas são tratadas através de um processo de higienização, o mais comum em Portugal, ou de compostagem. “Esta actividade é um exemplo perfeito de economia circular, já que estes resíduos são transformados num material que permite a fertilização orgânica de terrenos agrícolas e florestais, proporcionando ganhos económicos e ambientais a todas as partes”, diz Ricardo Silva.
Os fertilizantes são depois entregues gratuitamente a centenas de agricultores, das maiores e mais modernas até às pequenas explorações mais tradicionais, o que lhes permite elevadas poupanças e um aumento da quantidade e da qualidade das suas produções. “Por exemplo, numa plantação de milho a poupança com adubos pode atingir os 350 euros hectare/ano. Contudo, se acrescentarmos os ganhos com o aumento de produção, as mais valias do agricultor chegam aos 500 euros por hectare/ano”, sublinha o dirigente.
A região do Ribatejo desempenha um papel de relevo na transformação de resíduos em fertilizantes orgânicos, já que é aqui que estão localizadas as principais plataformas de tratamento destes materiais, assim como de muitos dos agricultores que beneficiam com esta valorização agrícola. A próxima aposta dos associados da AEVO passa pelos biorresíduos.
O artigo foi publicado originalmente em O Mirante.