Os agricultores da região do Louriçal, no concelho de Pombal, reclamaram hoje “apoios urgentes” do Governo para a agricultura familiar, que “se debate com altos custos de produção” e “não ganha para pagar combustíveis e adubos”.
“Vamos levar ao presidente da Câmara Municipal de Pombal um documento com as nossas reclamações, de forma a que o possa transmitir à ministra da Agricultura e do Mar e ao Presidente da República”, afirmou António Ferraria, da União dos Agricultores do Distrito de Leiria.
Cerca de duas dezenas de agricultores da região do Louriçal, concelho de Pombal, distrito de Leiria, concentraram-se durante a manhã de hoje junto ao mercado local, para partilhar as dificuldades que vêm sentindo.
Com microfone ligado a um megafone, António Ferraria sublinhou que está a tornar-se impossível continuar a fazer agricultura na área familiar.
“Necessitamos de apoios urgentes, por parte do Governo, para este tipo de agricultura. Não pode ser só para os grandes proprietários”, alegou.
Ao longo da sua intervenção, apontou os altos custos dos fatores de produção, nomeadamente adubos, rações, fitofármacos, eletricidade e combustíveis.
Ao microfone disse ainda que, tendo em conta a covid-19, “não foi possível aos agricultores que conduzem tratores agrícolas, com cartas de condução ligeiras e pesadas”, fazer a respetiva formação cujo prazo termina no fim de julho.
“É necessária uma prorrogação do prazo”, apontou.
Pelo local da concentração passou também o presidente da Junta de Freguesia do Louriçal, José Manuel Marques (PSD), que se mostrou solidário com as reivindicações dos agricultores e apelou para que a população “trabalhe a riqueza dos solos”.
“Nós não somos autossuficientes em nada, a não ser em azeite e vinho. Ao longo dos anos abandonámos uma riqueza tão grande e resolvemos comprar tudo ao estrangeiro e com a guerra da Ucrânia está à vista o que isso causa”, disse.
Aos presentes, o presidente da Junta do Louriçal lamentou que hoje em dia “os quintais estejam ao abandono”, quando “cada um deveria plantar batatas, legumes”, de forma a serem autossuficientes.
Dos arredores do Louriçal veio Manuel Marques, um produtor de batatas, milho e feijão, que lamentou “a subida do gasóleo e o preço dos adubos”.
“Se não baixarem o preço do gasóleo, não sei como vai ser”, concluiu.