O valor pago pela Segurança Social aos agricultores afetados pelos incêndios de agosto passado é, segundo os próprios, insuficiente para colmatar as avultadas perdas.
Na zona da Serra da Estrela, os pequenos agricultores afetados pelos incêndios de agosto do ano passado queixam-se da falta de apoios e dizem não ter condições para continuar a cultivar. Em Figueiró da Serra, no concelho de Gouveia, há quem tenha já desistido da atividade agrícola e a Junta de Freguesia teme o abandono dos campos.
Primeira candidatura foi feita em outubro
Elisabete Garrinha, presidente da Junta de Figueiró da Serra, concelho de Gouveia, ajuda vários agricultores locais a prepararem a candidatura à medida de apoio para compensação dos prejuízos, devido aos incêndios de agosto do ano passado.
Esta é a segunda vez que os habitantes daquela região contabilizam perdas, depois de em outubro terem-se candidatado a verbas extraordinárias. Elisabete refere, no entanto, que nenhuma candidatura entregue teve resposta.
Apoios não ultrapassam os 1.200 euros
Os novos apoios têm um valor máximo de 1.201,75 euros, que é assegurado pela Segurança Social. Um valor manifestamente reduzido para quem perdeu tudo, ou quase tudo.
O abandono dos campos é agora uma preocupação para a presidente da Junta de Figueiró, mas não só. Este receio é comum a outras localidades da região da Serra da Estrela que foram afetadas pelo fogo.
A agricultura familiar acabou reduzida a cinzas e os apoios, fracos e tardios, deitam por terra a vontade de continuar a resistir.