Portugal e Espanha definiram quotas de água no pacto de Albufeira, em 1998.
O envio de água para Portugal está a gerar indignação aos agricultores espanhóis. Do lado português, os ambientalistas afirmam que o cumprimento dos caudais por parte de Espanha tem vindo a ser cumprido, mas se não chover a situação vai complicar-se.
Foi em León, Espanha, que cerca de três mil agricultores espanhóis se concentraram para mostrar o seu desagrado para com o envio de água via rio Douro para Portugal. A contestação por parte destes profissionais já mereceu a reação do Governo de León que respondeu com o Tratado de Albufeira, assinado entre ambas as nações ibéricas em 1998.
Neste tratado está estipulado que as duas maiores bacias hidrográficas de Espanha têm de ceder a Portugal mais de metade dos recursos hídricos que têm armazenados neste momento.
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, até ao final de Agosto verificou-se a correta distribuição de água para Portugal. Tanto os caudais semanais, como os mensais foram respeitados pelo país vizinho. Até ao final de setembro será necessário distribuir 868 hectómetros cúbicos de água para que seja cumprido o caudal anual estipulado no pacto de Albufeira.
Contudo, o ministro do Ambiente e da Ação Climática esclarece que em períodos excecionais o valor estipulado não se aplica e pode, inclusive, sofrer alterações.
Arlindo Marques, ambientalista, garante que no rio Tejo a situação irá ser similar, graças à seca que o território nacional atravessa há vários meses. Apesar desta contrariedade, os caudais no Tejo, até agora, têm sido corretamente assegurados, informam os ambientalistas.
Arlindo diz que “os espanhóis são os donos da água”, uma vez que os grandes cursos nascem no país, e que se a situação de seca não se inverter, os caudais não serão cumpridos por parte de Espanha.
Vários outros ambientalistas vão enviar uma carta a Bruxelas, onde apontam o incumprimento espanhol das quotas definidas na Convenção de Albufeira.