Os agricultores lançam o alerta contra a praga de javalis que aumentou em Portugal por causa do isolamento social, estando a provocar destruição nas zonas rurais.
A caça está proibida, mas os donos das terras pedem ao Governo que autorize os caçadores a pegar nas armas para fazerem o chamado controlo de densidades dos javalis.
“Já nos têm sido reportadas situações de milho já nascido com estragos provocados por javalis. E por isso nós estamos muito preocupados com a situação”, denuncia Jorge Neves, o presidente da Associação dos Produtores de Milho e Sorgo de Portugal – uma das organizações que está a pedir ao Governo um regime de exceção para que a caça ao javali volte ao terreno.
A proibição da caça durante o estado de emergência, conjugada com a menor movimentação de trabalhadores nos campos agrícolas, abriu espaço aos javalis para aumentarem a população no último mês e meio.
O fenómeno é transversal a todo o país, tendo os animais conseguido entrar em alguns terrenos agrícolas quase sem resistência, levando agricultores e proprietário a pedirem ao governo “o controlo cinegético para evitar prejuízos mais graves nas culturas”, sublinha o mesmo Jorge Neves.
A Associação Nacional dos Proprietários junta-se às queixas, numa altura em que, segundo o seu secretário-geral, João Carvalho, já há o “risco de descontrolo” à medida que as ninhadas vão proliferando de Norte a Sul. Avança este dirigente que o pedido de exceção enviado ao Governo terá garantido abertura por parte do Executivo.
“Percebemos que há uma sensibilidade do Governo e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas para tentarmos resolver este problema, até porque, em última análise, temos em risco o fornecimento de produtos essenciais à população”, acrescenta João Carvalho.
Caso se confirme o controlo de densidade, terá que ser feito com recurso ao método da espera, depois da modalidade da montaria ter terminado em final de fevereiro.
O artigo foi publicado originalmente em TSF.