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Agricultores pedem um seguro contra a seca. Seguradoras recusam

CAP e AJAP não conseguem estimar, para já, os prejuízos, mas antecipam estragos “inevitáveis e avultados” potenciados pela situação de seca extrema. Perdas devem ser protegidas por seguros, defendem.

Numa altura em que as temperaturas batem recordes, agrava-se também a intensidade do estado de seca extrema em Portugal. A seca, aliada ao risco de incêndio elevado, tem potenciado os riscos para os agricultores que deverão somar prejuízos “avultados” no final do ano e registar consequências substanciais para produção a nível nacional. Face à conjuntura atual, tanto a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) como a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) defendem ao ECO/Capital Verde que as perdas associadas à seca devem ser protegidas por seguros de modo a minimizar as perdas.

“Devia existir um pacote de seguros em que o prémio que o agricultor paga para a sua cultura estar segura fosse também financiamento em igualdade de circunstâncias para outras eventualidades como granizo, trombas de água, tempestades”, explica o diretor-geral da AJAP. “Todas essas já existem. Temos que introduzir mais este fator climatérico muito adverso”, sublinha Firmino Cordeiro, lançando o apelo ao Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em junho, 67% do continente encontrava-se em estado de seca severa e 28% em situação de seca extrema — uma deterioração significativa quando comparado com maio, altura em que a seca severa assolava 97% do país e a seca extrema apenas 1,4%. A situação foi reconhecida pelo Governo e a 27 de junho, o Ministério da Agricultura alertou para “impactos negativos na atividade agrícola”. A própria Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense já perspetiva uma “quebra de produção assinalável”, em Vila Real, graças à seca e ao calor elevado.

Para Luís Mira, secretário-geral da CAP, graças à mistura entre a seca e o risco de incêndio, antecipa-se que os prejuízos este ano sejam “avultados e inevitáveis”, reportando ao ECO/Capital Verde que os agricultores se queixam de quebras na produção de peras e maçãs, “cuja campanha arranca nas próximas semanas”, “uvas que mirraram nas vinhas ou plantações jovens de sobreiros que morreram”. […]

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