Governo deveria ter disponibilizado as verbas aos agricultores até ao final de outubro. Ministério da Agricultura assegura que dinheiro foi entregue até esta terça-feira.
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) denuncia que o Governo se atrasou no pagamento das ajudas comunitárias para os agricultores. Em declarações à TSF, o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, lamenta que, apesar de os agricultores se terem esforçado para que não haja quebras no fornecimento de alimentos a população durante estes tempos difíceis de pandemia, o Governo se atrase a pagar-lhes as verbas a que têm direito.
Segundo Eduardo Oliveira e Sousa, o Governo falhou um pagamento superior a 20 milhões de euros no final de outubro.
“O Governo falhou agora há 15 dias. Pensávamos que tinha sido apenas numa parte proveniente da ajuda complementar com o dinheiro do Orçamento do Estado, mas afinal há mais quebras do que essa que veio a ser anunciada”, queixa-se o presidente da CAP.
“Está prometido resolver o problema nos próximos dias, mas não há garantia absoluta de que não volte a repetir-se. Por isso, os agricultores começam a ter grandes dificuldades de tesouraria (…) e o setor começa a ter alguma apreensão sobre estas matérias”, revela Eduardo Oliveira e Sousa, ressalvando, no entanto que “os agricultores farão tudo o que estiver ao seu alcance para que nada falhe na cadeia de abastecimento”.
Numa nota enviada à TSF, o Ministério da Agricultura reconhece que “houve um atraso” no processamento dos pagamentos, mas garante que “ao dia de ontem [terça-feira, 10 de novembro] já todos os agricultores receberam os valores”.
O Ministério da Agricultura lembra ainda que “apesar das dificuldades decorrentes do atraso associado à situação de pandemia na submissão das candidaturas pelos agricultores”, o Governo “assegurou, ainda em agosto, uma antecipação extraordinária de 110 milhões de euros, e que corresponderam ao pagamento de 67 milhões de euros na medida de apoio à Manutenção da Atividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas, de 31 milhões de euros na medida de apoio à Produção Integrada e de 11 milhões de euros na medida de apoio à Agricultura Biológica”. A tutea frisa que “foi a primeira vez que, (…) em mais de 10 anos, estes pagamentos tiveram lugar antes do mês de outubro”.