A guerra na Ucrânia perdura e a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura adverte para um consequente cenário de escalada dos preços dos alimentos, entre os oito e os 22 por cento, e das populações malnutridas a nível mundial, em oito a 13 milhões de pessoas. Em Kiev, o Governo de Volodymyr Zelensky está a fechar a torneira à exportação de produtos agrícolas, desde logo o trigo. A prioridade, perante a invasão, é acautelar o abastecimento entre as fronteiras do país.
Foi na semana passada que o presidente da Ucrânia alertou para outra das frentes da guerra desencadeada pela Rússia: a produção agrícola da antiga república soviética.
Dentro de um mês, observa o jornal El País, tem início a sementeira de cereais em solo ucraniano. As autoridades do país querem garantir que a população não se debata com a falta de alimentos, perante uma guerra que ameaça prolongar-se no tempo.
“A missão das autoridades locais é convencer as pessoas a voltarem ao trabalho no sector agrícola. Quantos mais hectares semearem, mais forte será a nossa posição”, resume ao diário espanhol Igor Shevchenko, diretor de relações internacionais da Câmara de Comércio de Vinnitsia, a 190 quilómetros de Kiev. Esta é a segunda maior região de produção de trigo e girassóis.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou na segunda-feira para um quadro de crescente escassez de trigo em 18 países africanos.
No início de março, a FAO estimava que até 30 por cento das culturas ucranianas viessem a ser impossibilitadas pela invasão russa. Uma realidade que se mostra particularmente aguda nas regiões mais próximas do Rio Dniepre. É neste contexto que Vinnitsia, por agora mais distante das frentes de batalha, pode assumir um papel crucial – a província, conta El País, está […]