[Fonte: AgroVida]
O agroalimentar mantém-se discreto, pouco comunicativo e um parco investidor na promoção e comunicação dos seus produtos cá dentro e além-fronteiras (por comparação com outros setores da economia muito menos exportadores), mas continua a somar pontos nas vendas para o estrangeiro.
Em 2018, as exportações da indústria alimentar e bebidas valeram 5016 milhões de euros, mais 151 milhões face a 2017, o que equivale ao valor mais alto de sempre e confirma a atração crescente do mercado global pelos produtos nacionais.
Mais, os números posicionam o setor como determinante na hora de fazer contas às exportações globais do país, ou não fosse verdade que as vendas deste setor para o estrangeiro representaram,no ano passado, 8,66% das exportações portuguesas.
Num outro ângulo, e num horizonte mais alargado (2010-2018), as exportações da indústria alimentar e bebidas pularam 56%, enquanto as importações no mesmo período apenas aumentaram 32%, mostrando um ligeiro equilíbrio da balança comercial.
Entre os principais destinos está a Espanha (cerca de 25% das vendas desta indústria para o exterior).
O mercado francês valeu cerca de 9% e o brasileiro 6%. Por produtos, continuam a destacar-se o azeite, o leite e produtos lácteos e o vinho.
O vinho é, aliás, aqui, um dos motores de arranque. Um estudo da Informa D&B divulgado em fevereiro revela que, em 2018, as exportações de vinho somaram 806 milhões de euros (778 milhões em 2017), com 43% das vendas totais para o estrangeiro em valor a correspondem ao vinho licoroso, mormente o vinho do Porto.
Por países de destino fora da UE, os principais mercados dos vinhos portugueses são os EUA, Brasil, Canadá e Angola. Na Europa continuam a ser França e o Reino Unido. Apesar de que, segundo o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), as exportações de vinho do Porto para o mercado britânico baixaram em 2018.
Diz o IVDP que, o ano passado, 55 empresas exportaram 813 mil caixas (-19,7%) de vinho DOP Porto para o Reino Unido, no valor de 41,8 milhões de euros (-15,5%)”. Já as exportações de DOC Douro subiram. Em 2018, “128 empresas exportaram 289 mil caixas (+60,2%) de DOP Douro para o Reino Unido, no valor de quase oito milhões de euros (+38,1%)”.
Em suma, apesar dos constrangimentos nos mercados mundiais – EUA, China, Rússia e China – e da gigantesca incerteza quanto ao ‘Brexit’, o setor supera-se a cada ano. E é um pilar robusto e insubstituível da economia nacional.
Teresa Silveira