A segunda edição da Confluência pela Agroecologia realiza-se de 20 a 22 de junho, na Golegã, sob o mote “Tecer redes para a transição em Portugal”. O encontro, que reúne iniciativas e movimentos ligados à agroecologia, propõe três dias de debate, visitas, partilha de práticas, convívio e construção coletiva, com o objetivo de “fortalecer a transição agroalimentar justa, sustentável e resiliente”, segundo a organização.
Após ter reunido cerca de 170 participantes na edição inaugural de 2023, em Torres Vedras, a Confluência de 2025 contará com uma programação que cruza a reflexão política com experiências práticas no terreno, começando com três rotas de visitas a quintas e projetos da região no dia 20 de junho.
A Rota Norte inclui as Hortas da Rainha (Torres Novas) e o Horto do Amor (Tomar), com oficinas de colheita e biofertilizantes. A Rota Sul leva os participantes à The Landscape Farm (S. Vicente de Paúl) e à Vivid Farms (Casével), com demonstrações de processos agrícolas. Já a Rota dos Cereais passa pela moagem Paulino Horta (Alenquer) e pela quinta de João Vieira (Cadaval). Às 17:00, os três percursos convergem para uma visita à agrofloresta da Casa Mendes Gonçalves, na Golegã. O dia termina com jantar partilhado entre todos os participantes.
Ainda na sexta-feira, será assinalado o 50.º aniversário da Reforma Agrária, com a exibição do documentário O Rendeiro (1975), de Luís Gaspar, e conversa com João Vieira, da CNA.
A manhã de sábado arranca com Mercado de Produtores e Troca de Sementes no Equuspolis, seguida de um plenário de agricultores e agricultoras sobre produção, sustentabilidade e canais de distribuição. Durante a tarde, haverá o Rodízio de Iniciativas, e um Espaço Aberto dedicado à co-construção de soluções sobre temas como redes de quintas farol, políticas públicas e sistemas participativos de garantia. O dia culmina com festa-oficina de cante tradicional.
No domingo, os trabalhos focam-se na articulação de redes nacionais e internacionais, com contributos de movimentos sociais e das redes Agroecology Europe, Rede Ibérica de Agroecologia e Aliança Europeia pela Agricultura Regenerativa. Segundo a organização, “espera-se que deste processo resulte a aprovação do Manifesto das Confluências pela Agroecologia, um documento que reafirma a agroecologia como prática transformadora, e não decorativa, no combate às desigualdades no sistema alimentar”.
A Confluência é coorganizada pela Al-Bio, AMAP, CeCaFA, ESAV, GAIA, e conta com o apoio do Município da Golegã, da Rede das Cooperativas Integrais, ReformaAgraria.pt, Reflorestar, coletivos.org, entre outros parceiros.
“A Confluência é um espaço de conexão, solidariedade e co-construção em torno da soberania alimentar, da transição justa, da dignidade de quem produz alimentos e da saúde dos ecossistemas”, destaca a organização.
Mais informações: agroecologia.coletivos.org. As inscrições devem ser feitas em: framaforms.org.
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