Agrofloresta é solução em Ponte de Sor

A AFLOSOR procura novos caminhos de rentabilizar a floresta. A competitividade está a crescer com o associativismo.

Há 31 anos a apoiar os produtores florestais da região de Ponte de Sor, a AFLOSOR – Associação dos Produtores Agroflorestais da Região de Ponte de Sor, representa hoje uma centena de associados e cerca de 70 mil hectares de floresta na sua região de influência. Organização de âmbito florestal, depois de na sua génese ter estado uma associação de criadores de ovinos, a AFLOSOR apostou na diversificação quando, em 2016, alterou os estatutos e a designação para Produtores Agroflorestais, de forma a alargar o apoio à componente agrícola.

“Foi uma forma de responder às necessidades sentidas pelos associados”, afirma à “Produtores Florestais” o presidente da associação, Pedro Courinha, salientando os serviços e a formação profissional (com certificação da DGERT) que o grupo passou a prestar aos produtores locais nas componentes agrícola, pecuária e florestal.

Criar uma mentalidade mais comercial na comunidade e organizar os associados de forma a criar volume são objetivos imediatos dos responsáveis da AFLOSOR.

Muitos associados da AFLOSOR têm ovinos e bovinos nas suas charnecas e porco preto nos montados (que aproveita a bolota e a lande para a engorda), e há na região alguma cultura de regadio de pimento, mas algumas limitações no âmbito florestal comprometem a rentabilidade da terra. “Ficámos surpreendidos com a nova legislação que proíbe a plantação de eucalipto em novas áreas. Uma decisão que nos parece mais política do que técnica”, sublinha Pedro Courinha.

O pinho e o eucalipto compõem a mancha florestal abrangida pela associação, mas a maior parte são propriedades de montado de sobro de grandes dimensões (53% com mais de 500 hectares).

Aposta na comercialização em grosso

O presidente desta comunidade agroflorestal acredita ser fundamental “criar uma mentalidade mais comercial e organizar os associados por forma a criar volume, tanto para vender produtos de menor produção, como para conseguir obter melhores preços na compra de equipamentos, adubos e sementes”. A experiência bem-sucedida nos últimos cinco anos, com a recolha e comercialização conjunta da pinha de vários produtores locais, será um embrião para outros projetos.

O modelo poderá servir, por exemplo, para a venda em grosso dos bocados de cortiça (blocos com menos de 25 cm) e da cortiça virgem (da primeira extração), subprodutos menos valorizados do sobreiro, mas que têm um preço normalizado no mercado. “Os produtores florestais têm de dar o próximo passo”, alerta Pedro Courinha, “e a AFLOSOR está aqui para ajudar”.

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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