Água do Alqueva tem de assegurar a diversidade das culturas – Pedro do Carmo

Esta indesejável reorientação para monoculturas mais defensivas na utilização de água tem de ser combatida.

Mesmo os projetos estruturais e impulsionadores de novas dinâmicas nas atividades humanas e nos territórios têm necessidade de se ajustar para assegurar a sua razão de ser. O Alqueva é um projeto estrutural fundamental para a região e para o país, mas as circunstâncias da conjuntura impõem redobrada atenção e ação para que as opções de gestão não se desalinhem da missão e de atividades essenciais para a afirmação da capacidade produtiva do nosso Mundo Rural e da soberania agroalimentar do país.

O aumento significativo do preço da água do Alqueva, na ordem dos 120%, sobretudo por consequência dos custos da energia, coloca novos obstáculos à produção agroalimentar, que pode levar a uma reorientação estratégica para monoculturas mais competitivas, como o amendoal, a vinha ou o olival, em prejuízo dos cereais, dos prados e das hortícolas, por exemplo.

Esta indesejável reorientação para monoculturas mais defensivas na utilização de água tem de ser combatida. A chave é o equilíbrio e este consegue-se com a diversidade das culturas e o uso eficiente da água. A água do Alqueva tem de ser um fator de promoção da diversidade das culturas e […]

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