Água salinizada? Pode-se modificar geneticamente arroz para tolerar condições

Uma investigação da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, descobriu que modificar geneticamente o arroz para ter uma maior tolerância ao sal poderia permitir o seu cultivo em áreas onde de outra forma não seria possível.

Segundo explicado em comunicado, o estudo surge como resposta ao arroz ser uma das colheitas mais afetadas pela água salinizada nos solos, causada pelas inundações de água do mar. Para resistir mais ao sal, os investigadores descobriram que pode-se modificar geneticamente o arroz no sentido de reduzir o número de estomas.

Os estomas são aberturas que a maioria das plantas têm que regulam a absorção de dióxido de carbono para a fotossíntese, juntamente com a libertação de vapor de água. Há vários anos, cientistas de Sheffield revelaram que a redução do número e tamanho dos estomas no arroz permitia-lhes poupar até 40% de água, possibilitando o seu cultivo em locais propensos à seca.

Os investigadores também descobriram que a redução do número e do tamanho dos estomas poderia dificultar o crescimento do arroz em temperaturas extremamente quentes.

“As nossas descobertas revelam como o arroz pode ser modificado para crescer da forma mais eficazmente possível em diferentes climas – variedades de arroz que têm menos estomas podem sobreviver com menos água e em lugares com água salgada. Enquanto isso, as variedades naturais de arroz com menos estomas mas maiores são capazes de prosperar em temperaturas mais quentes”, explicou o autor principal do estudo Robert Caine.

A Universidade de Sheffield trabalhou, em conjunto com o High Agricultural Technology Research Institute (HATRI) no Vietname, no estudo de 72 variedades de arroz, quer naturais como geneticamente modificadas. Os investigadores planeiam agora investigar se podem produzir variedades de arroz anão, com rendimentos elevados e mais resistentes ao calor.

O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.


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