Albuquerque diz serem recorrentes denúncias anónimas com fins políticos

stas denúncias anónimas são recorrentes, temos tido ao longo dos últimos anos um conjunto de denúncias feitas com objetivos políticos no sentido de descredibilizar o Governo [Regional]”, disse o chefe do executivo madeirense, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de assinatura de 41 contratos-programa com as Casas do Povo da Madeira e com duas associações.

Miguel Albuquerque comentava a investigação criminal desenvolvida na terça-feira, pela Polícia Judiciária na Madeira, que culminou na detenção de oito pessoas

Segundo vários órgãos de comunicação social, os detidos são o presidente da Câmara Municipal da Calheta e da Associação de Municípios da Madeira, Carlos Teles, o ex-secretário regional da Agricultura, Humberto Vasconcelos, o presidente do Instituto da Administração da Saúde da Madeira (Iasaúde), Bruno Freitas, dois empresários e três funcionários públicos.

“Não há novidades nenhuma” sobre a situação, declarou o presidente do Governo Regional, reiterando que o executivo “está totalmente disponível para colaborar, como sempre esteve, com todas as investigações”.

O governante salientou que “uma investigação não é uma acusação e muito menos uma condenação”, acrescentando que “as pessoas têm direito a ser ouvidas para esclarecer aquilo que consta da denúncia”.

“Portanto, estou convencido que isto partiu de uma denúncia. Agora resta saber se a denúncia tem fundamento ou não e é fundamental, por isso, que a investigação decorra com todos os elementos e é isso que está a acontecer”, argumentou.

O líder insular assegurou ainda que a situação está a ser encarada “com naturalidade”.

Contudo, acrescentou, “não deixa de ser um pouco estranho que, neste momento, exista um conjunto de denúncias anónimas contra os órgãos do governo e com objetivos iminentemente políticos”.

Para o presidente do governo madeirense, estas denúncias anónimas “são atos de litigância política que visam no fundo descredibilizar as instituições e, sobretudo, o governo”.

“Do ponto de vista político, é fundamental que o combate político continue a se fazer, e deve-se fazer, mas no quadro político e não no quadro judicial”, defendeu.

Miguel Albuquerque disse também estar convencido que, relativamente aquilo que foi alegado, “não há nenhum financiamento de qualquer empresa, pelo menos desta empresa [dos empresários detidos] que esteja fora da legalidade”.

Além disso, continuou, as campanhas eleitorais são escrutinadas “por agentes inspetivos do Tribunal Constitucional”, e depois homologadas, passando também pela avaliação do partido a nível nacional.

“Não há nenhum partido no quadro da sua responsabilidade democrática que se arrisque a fazer uma campanha política que não esteja dentro do quadro legal”, salientou.

O governante alertou ainda que, “se a luta política passa a ser denúncias anónimas no Ministério Público”, será “muito complicado para a democracia e, sobretudo, para recrutar pessoas que queiram fazer exercício de atividade pública ou serviço público porque correm o risco de numa denúncia anónima estarem detidos dois ou três dias para fazer declarações”.

O líder regional disse ainda que este processo “não tem nada a ver” com o desenvolvido em janeiro, no âmbito do qual foi constituído arguido e o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e dois empresários foram detidos, tendo estado 21 dias a ser ouvidos, em Lisboa.

A investigação desenvolvida na terça-feira, denominada ‘AB INITIO’, está relacionada com suspeitas da prática dos crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos, segundo um comunicado divulgado pela PJ.

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