Alegados terroristas criam pânico em Cabo Delgado

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Populações de Intutupue, Ancuabe e Impiri, Metuge, província moçambicana de Cabo Delgado, relataram esta quinta-feira momentos de pânico com a passagem por aquelas comunidades de grupos armados de supostos terroristas.

Segundo fontes locais, o movimento começou cerca das 07h00 (06h00 de Lisboa) de quarta-feira, quando um grupo de homens empunhando catanas e outras armas atravessou a estrada Nacional 1 (N1), no limite entre Intutupue, Ancuabe e Impiri, Metuge, para o distrito de Chiúre, criando desespero entre os moradores.

“Foi horrível. Os terroristas estavam a atravessar a estrada N1 para o lado de Chiúre, nós fugimos”, disse uma fonte a partir de Intutupue. Os moradores abandonaram as residências, enquanto aguardavam a chegada de militares.

“Saímos para nos esconder e não sei o que terá acontecido mais”, disse outra fonte, a partir de Impiri, acrescentando que se mantém a circulação automóvel, mas com receios destes grupos, que atuam em Cabo Delgado, província rica em gás, desde 2017.

Não há registo de mortes, mas a circulação dos supostos rebeldes nestas comunidades está a provocar o abandono das aldeias e dos campos agrícolas.

No final de julho, ataques de grupos terroristas no sul da província de Cabo Delgado já tinham provocado mais de 57 mil deslocados no distrito de Chiúre, segundo dados oficiais anteriores.

A província de Cabo Delgado regista um recrudescimento de ataques de grupos rebeldes desde julho, tendo sido alvos os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e mais recentemente Mocímboa da Praia, com registo de vários mortos.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques no norte de Moçambique, a maioria reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

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