Considerado vinho de “nicho”, o consumo de vinho de talha está a crescer em Portugal e no mundo. No Alentejo, a “corrida” às talhas faz-se em grande festa a partir do São Martinho.
Guardião dos vinhos de talha, o Alentejo continua a preservar com sabedoria, até aos dias de hoje, um processo de vinificação desenvolvido pelos romanos, com o crescente interesse dos produtores da região por este vinho único.
Considerado um vinho de “nicho”, o seu consumo está a crescer em Portugal e no mundo, e segundo dados da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), analisados pela Renascença, já representa 0,1% da produção total de vinho no Alentejo, com 23 produtores registados.
Os números apurados dizem respeito a 2021 e permitem concluir que o maior número de produtores (11), concentra-se no distrito de Beja, o que representa 48% do total, com um contributo de 79% para a produção, cerca de 1.442 hectolitros (hl).
Segue-se o distrito de Évora com oito produtores registados (35% do total) e uma produção de 314 hl e, por fim, Portalegre, com 17% do total de produtores (são quatro), e uma produção a rondar cerca de 60 hl.
Apesar da frágil capacidade produtiva de Portugal, poder rivalizar com os grandes produtores mundiais de vinho, a uma escala industrial, como a Austrália, a Califórnia ou África do Sul, a existência do vinho de talha já está a merecer o reconhecimento internacional, o que se confirma ao nível das exportações.
No ano de 2021, registou-se um aumento das exportações, com valores superiores a rondar os 35% para a América do Norte e América do Sul, seguindo-se África com 10% e a Europa que regista 3%, deixando a porta aberta a novos mercados/consumidores.
Associado ao vinho surgem outras vertentes que merecem continuar a ser reconhecidas, como o enoturismo […]