Alerta europeu: caso confirmado deste vírus em Espanha preocupa turistas britânicos

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Um novo episódio sanitário colocou as autoridades em alerta, depois de confirmado um caso deste vírus em Espanha, numa região turística muito procurada. O registo, detetado num animal, obrigou a ativar medidas de vigilância reforçadas para travar uma possível propagação.

De acordo com o jornal britânico Express, o diagnóstico foi confirmado pelo Governo das Ilhas Baleares e nota técnica do Ministério espanhol da Agricultura (MAPA) a confirmar o caso, após um cavalo em Maó, Menorca, apresentar sintomas neurológicos. Trata-se do primeiro caso registado este ano de Vírus do Nilo Ocidental nas Ilhas Baleares, o que levou à mobilização imediata dos serviços de saúde animal e pública.

As autoridades recordam que os cavalos, tal como algumas aves, funcionam como espécies “sentinela”, revelando sinais de alerta antes de uma possível transmissão a humanos.

Como se transmite

O agente responsável circula sobretudo através de mosquitos. Quando estes se alimentam de aves infetadas, tornam-se portadores e podem transmitir a infeção a outros animais ou pessoas.

Embora até ao momento não haja registo de contágios do Vírus do Nilo Ocidental em humanos no arquipélago, a confirmação em Menorca foi suficiente para reforçar o plano de controlo em toda a região.

As medidas incluem o rastreio de equídeos e aves, bem como a monitorização de populações de mosquitos, para reduzir o risco de expansão.

Histórico preocupante em Espanha

Espanha tem já experiência com esta doença. Em 2020, um surto afetou 77 pessoas, das quais oito não resistiram. O episódio concentrou-se sobretudo nas zonas de Andaluzia e Extremadura, onde a presença de mosquitos é mais intensa.

Quatro anos depois, em 2024, foram identificados 158 casos humanos (142 confirmados e 16 prováveis), com 20 mortes associadas. Estes números revelam que, embora nem sempre esteja presente, o vírus pode ter consequências graves quando reaparece.

De acordo com a mesma fonte, este histórico justifica que qualquer novo sinal seja tratado com máxima seriedade, mesmo que inicialmente se restrinja a animais.

Sintomas e impacto na saúde

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 80% dos infetados não manifesta sintomas. Nos restantes, podem surgir febre, dores de cabeça, fadiga, dores musculares, náuseas ou erupções cutâneas.

Os casos mais graves, ainda que raros, estão associados a doenças neurológicas como meningite ou encefalite. Estas situações afetam sobretudo pessoas com mais de 50 anos ou com sistemas imunitários fragilizados.

Atualmente não existe vacina para humanos, pelo que a prevenção é a forma mais eficaz de proteção.

Recomendações de prevenção

As autoridades espanholas aconselham a população a adotar medidas simples para reduzir o risco de picadas de mosquitos. Entre elas destacam-se o uso de repelente, o recurso a roupa comprida ao fim do dia e a limitação de atividades ao ar livre ao amanhecer e ao anoitecer.

Também é recomendado eliminar águas paradas em redor das habitações, locais onde estes insetos costumam reproduzir-se.

Outro foco no sul de Espanha

A situação não se restringe a Menorca. Em Huelva, na Andaluzia, foram detetados mosquitos infetados, o que levou a Junta a declarar a zona em alerta, de acordo com o jornal espanhol AS.

O plano regional prevê a manutenção desta vigilância durante pelo menos quatro semanas, até 2 de outubro, caso não surjam novos indícios.

Em Portugal e no resto da Europa, o risco também não é nulo, e a proximidade geográfica com Espanha coloca o território português sob vigilância (dgav.pt). As autoridades de saúde monitorizam cavalos, aves e mosquitos, que funcionam como indicadores precoces, para detetar qualquer sinal da sua presença. A experiência mostra que o vírus pode atravessar fronteiras com facilidade, sobretudo em épocas de calor e maior atividade de insetos.

Este reforço pretende garantir que o risco é controlado e que a população se mantém em segurança, sem repetir os cenários mais graves do passado.

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