
O incêndio no concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco, que ficou sem frentes ativas na sexta-feira, reacendeu e obrigou ao corte da autoestrada 23 (A23), indicou a Câmara Municipal pelas 21:00 na rede social facebook.
“Devido a um reacendimento no fogo que afeta o concelho do Fundão, informa-se que o fogo se encontra ativo na zona de Alpedrinha e Castelo Novo, pelo que se apela a todas as pessoas destes locais que se mantenham em zonas seguras, adotem comportamentos de autoproteção e que sigam as indicações das autoridades no terreno”, lê-se na mensagem.
Contactada pela Lusa, fonte do comando distrital de Castelo Branco da GNR confirmou que o reacendimento do incêndio obrigou ao corte da A23, entre os nós do Fundão Sul e Castelo Novo, e indicou que também foi cortada ao trânsito a Estrada Nacional 18 (EN18).
O incêndio que atingiu o concelho do Fundão começou no dia 13 no Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra.
Ao longo de mais de uma semana, este incêndio de grandes dimensões afetou outros concelhos do distrito de Coimbra, assim como municípios do distrito da Guarda e outros de Castelo Branco.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos já provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 248 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.
Chamas em rescaldo perto de povoações evacuadas em Pedrógão Grande
Os incêndios que deflagram hoje em Pedrógão Grande estão a ser combatidos como tratando-se de “um só”, devido à sua proximidade, e as chamas estão afastadas das povoações evacuadas, rumando em direção ao Zêzere, informou fonte da proteção civil.
“Na parte dos dois incêndios que estava encostada às localidades, a situação já está resolvida, estamos a consolidar rescaldo, agora existe uma frente extensa em direção ao rio Zêzere”, disse à Lusa o segundo comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria, Ricardo Costa.
O combate a esta frente que consome floresta “é onde incidem os trabalhos durante a noite, que neste momento estão a decorrer favoravelmente”, acrescentou.
O mesmo responsável avançou que os dois incêndios das freguesias de Pedrógão Grande e da Graça, no mesmo concelho do distrito de Leiria, “estão mais menos do mesmo tamanho” e, “como são muito próximos”, estão a ser geridos “como se fosse um único incêndio”.
O comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria, Carlos Guerra, afirmou à Lusa que os dois incêndios surgiram com a diferença de cerca de uma hora numa curta distância um do outro, tendo causado projeções que atingiram o concelho vizinho da Sertã, no distrito de Castelo Branco.
O segundo comandante sub-regional confirmou que o incêndio do lado da Sertã “está consolidado”.
As chamas que começaram durante a tarde em São Vicente, na freguesia de Pedrógão Grande, pelas 22:40 mobilizavam 922 operacionais e 292 veículos, agrupando os meios humanos e terrestres do sinistro que deflagrou na Graça.
Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 18:50 estavam no incêndio da freguesia de Pedrógão 663 operacionais, apoiados por 192 viaturas e 18 meios aéreos, e na Graça estavam 183 operacionais, apoiados por 47 veículos e dois meios aéreos.
Segundo Ricardo Costa, “as povoações estão em segurança” e “partes do” Itinerário Complementar (IC) 8 e da Estrada Nacional (EN) 2 estão “temporariamente cortadas”.
Segundo fonte do Comando Territorial da GNR de Leiria, por precaução foram evacuadas as aldeias de Marroquil, Torneira, Romão, Agria e Sobreiro, na freguesia de Pedrógão Grande, e os moradores foram encaminhados para Derreada Cimeira.
Com estes dois incêndios, a população de Pedrógão Grande voltou hoje a ser surpreendida pelas chamas, oito anos depois dos grandes fogos que atingiram aquele concelho.
Os incêndios que deflagraram em 17 junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
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