Uma mulher e o filho estão sentados no banco dos réus, mas negam as acusações. O ex-marido e pai do arguido foi condenado em 2023
Uma mulher e o filho negaram esta quarta-feira em tribunal terem entre 2011 e 2016, tal como estão acusados, aliciado e levado 19 trabalhadores do Norte para explorações agrícolas em Espanha deixando-as em “condições degradantes”.
Em abril de 2023, o ex-marido e pai dos arguidos, respetivamente, foi condenado a 12 anos de prisão pelo Tribunal São João Novo, no Porto, por tráfico de 12 pessoas.
No início da audiência de julgamento, que decorreu neste mesmo tribunal, o advogado de defesa dos arguidos, João Peres, referiu que mãe e filho, acusados de sequestro, escravidão, coação e burla, “são vítimas”, recordando ainda que à data dos factos descritos na acusação o filho tinha 13 anos.
Durante o seu depoimento, a arguida, que vive em Espanha, garantiu “não ter nada a ver com a situação”.
“Só fazia o que o meu ex-marido me mandava fazer. Eu era uma vítima do meu ex-marido”, atirou.
A mulher, de 49 anos, explicou que sabia que o marido vinha buscar trabalhadores a Portugal para trabalhar durante determinado tempo em Espanha, mas negou que estes vivessem em más condições.