Confederação Europeia dos Produtores de Milho

Alimentação, energia e clima: desafios que envolvem os produtores de milho e as autoridades europeias

A Confederação Europeia de Produtores de Milho, que reúne representantes dos agricultores dos 10 maiores países produtores de milho da EU e da qual Jorge Neves é Vice-presidente, realizou recentemente a sua Assembleia Geral.

Num período profundamente marcado por dois anos de crise sanitária e pelo conflito russo-ucraniano, as questões da soberania alimentar e energética estão no centro das preocupações, enquanto a luta contra o aquecimento global permanece no topo das agendas políticas, nacional e europeia. Os membros da CEPM afirmaram o dever da UE de produzir, sem baixar a sua guarda em relação às questões climáticas e ambientais. Esperam que a União Europeia seja pragmática na implementação da PAC e que dê acesso a todas as inovações que lhe permitam produzir mais e melhor.

Na Assembleia Geral, os representantes da CEPM expressaram o seu total apoio ao povo ucraniano e aos agricultores que foram profundamente afetados por três meses de conflito ininterrupto e pela incerteza do seu resultado.

Num contexto em que a Ucrânia não é capaz de fornecer a UE, estima-se que a área europeia de milho seja reduzida em 2% para 9 milhões de hectares em comparação com os 9,25 milhões em 2021. A situação de seca observada em alguns países e o aumento do preço dos fatores de produção (energia e fertilizantes) são preocupantes para os produtores e para os mercados.

A CEPM expressa também a sua profunda preocupação com os seus clientes a jusante da cadeia, que estão a lutar para suportar o custo dos cereais e para repercutir no consumidor final este aumento, num período marcado por uma acentuada crise económica.

A CEPM afirma a necessidade de defender o compromisso político de 25 de junho de 2021 sobre os principais elementos da Política Agrícola Comum (PAC) e apreservação essencial do milho nos planos estratégicos em discussão com a Comissão Europeia. A CEPM apoia todas as exigências feitas por vários Estados-Membros no sentido de “produzir mais e melhor”, começando pela derrogação sobre os pousios da produção e a adaptação da rotação de culturas.

A CEPM também apoia o desejo de promover o Carbon Farming e de recompensar os agricultores pelas ações favoráveis ao clima. Em particular, a planta do milho torna possível produzir com menos emissão de gases com efeito de estufa, mas também mobilizar o seu extraordinário potencial para armazenar mais carbono no solo.

Fatores indispensáveis de produção

Se o milho europeu é uma solução para os desafios alimentares, energéticos e climáticos, o acesso à inovação deve ser promovido. Novas técnicas de reprodução são particularmente promissoras, especialmente em termos de tolerância à seca. É urgente que a União Europeia adote rapidamente uma regulamentação pragmática que seja compatível com a utilização ambiciosa destas novas tecnologias.

O Presidente da CEPM Daniel Peyraube disse-o: “Como produtores de milho, temos uma responsabilidade: a de contribuir ainda mais para a alimentação de um mundo em tensão e de participar no abastecimento da Europa. Graças às vantagens da planta do milho, este esforço é compatível com a luta contra o aquecimento global. Alimentação, energia, clima: o milho tem respostas!


Publicado

em

,

por

Etiquetas: