Alqueva está com o segundo nível de armazenamento mais baixo em 15 anos

A escassez de recursos hídricos reforça os apelos à construção de novas barragens “quando as que temos estão vazias”, reage o vice-presidente da APA, Pimenta Machado. E surgem alertas para a necessidade de reduzir as solicitações de água ao Alqueva.

No dia do solstício de Verão, a albufeira do Alqueva apresentava o segundo valor mais baixo na sua capacidade de armazenamento dos últimos 15 anos (3.011.000m3). A reserva de água nesta barragem só foi inferior em Junho de 2020 (2.767.000m3). Embora a situação ainda seja confortável, pelo menos para as necessidades previstas para os próximos três anos, há sinais de alarme e começam a surgir pedidos de cautela para as inúmeras solicitações de que é alvo.

Não se trata de um fenómeno conjuntural, mas de uma realidade estrutural. A seca no Alentejo veio para ficar. De ano para ano, a grande reserva estratégica de água do Alqueva revela cada vez mais as suas fragilidades. Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), indicou ao PÚBLICO o caminho a seguir: “Vamos ter de aprender a viver com menos água e é no Sul do país que as alterações climáticas vão ser ter mais impacto.”

O receio de que a escassez de recursos hídricos venha a reflectir-se na manutenção das culturas permanentes no Alqueva (olival, amendoal e vinha) é tema recorrente nos debates sobre as consequências das alterações climáticas. Durante um colóquio realizado na última edição da Ovibeja, em Abril, o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro Salema, deixou um aviso: “Temos de repensar a expansão do regadio que tinha sido pensada há três anos”, quando foi anunciada a instalação (que está em curso) de mais 50 mil hectares de novos blocos de rega.

Em contraponto, Rui Garrido, presidente da Associação de Criadores de Ovinos e Caprinos (ACOS), reclamou, no mesmo evento, a “construção urgente de mais barragens”, alegando que os actuais 590 hectómetros cúbicos de água destinados ao regadio do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA) não chegam para suprir as necessidades da rega.

Reagindo […]

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