Este aumento da dotação de água para rega inicialmente prevista, explicou à agência Lusa o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro Salema, deve-se à situação de seca que a região atravessa.
“Estamos quase no final de maio e praticamente desde janeiro que não choveu nada. É natural que haja uma necessidade maior dos agricultores em regar as suas culturas”, justificou o responsável.
Assinalando que a EDIA vai aumentar já os volumes de água máximos autorizados para cada um dos cerca de 2.000 inscritos na atual campanha, José Pedro Salema indicou que esta medida já estava prevista no Plano Anual de Utilização de Água.
“Já previmos este mecanismo. A única diferença é que o estamos a fazer antecipadamente”, pois, nas regras do plano anual estabelecidas para esta campanha, “prevíamos que faríamos isto no final de junho”, assinalou o responsável.
O presidente da EDIA adiantou que este aumento da dotação de água para rega vai ser feito com as disponibilidades existentes na barragem e na rede de distribuição do empreendimento de Alqueva, que “são cerca de 30 milhões de metros cúbicos” de água.
“Nalguns casos, pode representar mais 10%, noutros, um bocadinho menos, mas é uma ajuda e aquilo que podemos fazer para não ultrapassar a nossa concessão e é um sinal de que estamos atentos à meteorologia”, sublinhou.
Segundo o responsável, a EDIA vai agora avisar, por carta e por correio eletrónico, cada um dos beneficiários de Alqueva sobre os novos valores de volumes a fornecer por inscrição.
Nas declarações à Lusa, José Pedro Salema frisou que “nas áreas que são servidas pelo Alqueva não vai faltar água”, apontando que a quantidade armazenada na barragem “é perfeitamente suficiente para esta campanha e para a próxima sem qualquer restrição”.
“O problema é que as áreas servidas pelo Alqueva não são todo o Alentejo e o grande drama da seca são as áreas que estão isoladas, que não têm nenhum regadio público ou privado e estão apenas dependentes da água que cai do céu”, vincou.
Para o presidente da EDIA, as áreas de agricultura de sequeiro na região alentejana é que “são motivo de preocupação” e onde já “há uma situação dramática”.
“Acredito que estas chuvas [dos últimos dias] não trarão afluências significativas, porque os solos estão bastante secos e estas precipitações ficam essencialmente retidas nos solos, contribuindo para as pastagens e para alguma poupança [de água] nas áreas de regadio”, acrescentou.
O Alqueva já rega 130.000 hectares e está a expandir-se para beneficiar mais 20.000.
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