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Altas temperaturas provocam incêndios florestais no sul da Europa

O sul da Europa enfrenta tal como Portugal uma onda de calor extrema que está a provocar grandes incêndios florestais na Grécia, Itália, França e Espanha, país onde se tem registado temperaturas recordes.

Os incêndios afetam várias zonas do centro e norte de Itália, que sofre a pior seca dos últimos setenta anos, a ponto de cinco regiões estarem em estado de emergência há dias.

No norte de Bolzano, no Tirol do Sul, um incêndio está a queimar uma área de floresta no Monte Tondo desde quarta-feira e em Colle Greta di Zeri, na Toscana (centro), dois helicópteros e meia dúzia de bombeiros voluntários enfrentam as chamas numa extensa área de pinheiros negros de difícil acesso.

Na Grécia, um helicóptero que transportava quatro pessoas caiu no mar enquanto combatia um incêndio na ilha de Samos. Dois dos tripulantes foram já resgatados com vida.

No território grego houve mais de 260 incêndios esta semana, com alto risco nas regiões de Ática, Peloponeso, Norte do Mar Egeu e Creta.

Em Espanha, a atual vaga de calor destaca-se pela sua “duração significativamente elevada”, segundo a Agência Meteorológica espanhola, que ativou hoje o alerta vermelho (risco extremo) para temperaturas entre 42 e 44 graus em cinco comunidades autónomas, nomeadamente como a Andaluzia, Castela y Leão, Castela-La Mancha, Extremadura e Galiza.

A cidade de Mérida, em Badajoz, registou na terça-feira a temperatura máxima com 43,9 graus, mas são esperados recordes mais elevados entre hoje e sexta-feira em várias zonas do país.

Além disso, o fogo está a ser combatido em várias partes da Espanha, como Ladrillar (região de Las Hurdes, em Cáceres), onde 3.500 hectares já foram queimados, Monsagro (Salamanca), com mais de 1.000 hectares queimados, Ribadavia e Melón (região do Ribeiro, em Ourense), com mais 100, e Collado Mediano (Madrid), com mais de 80 hectares perdidos para o fogo.

A terceira vice-presidente e ministra para a Transição Ecológica de Espanha, Teresa Ribera, alertou hoje durante uma entrevista na televisão que existem “cenários climáticos cada vez mais severos e mais tensos” e pediu à população “para estar atenta à saúde, ao risco de incêndios e de consumo de energia”.

Em França, mais de 6.500 pessoas foram retiradas de suas casas no departamento de Gironde, que tem como capital Bordéus, diante do risco de avanço de dois incêndios, que já queimaram pelo menos 2.700 hectares de floresta.

Cerca de 600 bombeiros lutam contra a propagação das chamas nos municípios de Landiras e La Teste de Buch e que forçaram a retirada de pessoas da aldeia de Guillos, bem como de cinco parques de campismo nas proximidades da Duna de Pilat e da praia de Biscarosse, uma zona muito turística.

Gironde é um dos sete departamentos do sul de França que estão em alerta laranja para o calor, enquanto outros vinte permanecem em alerta amarelo, especialmente na costa atlântica e ao redor do vale do Ródano.

A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, já solicitou na terça-feira a mobilização de todo o seu Governo face à vaga de calor que vai afetar o país pelo menos até ao início da próxima semana, com máximas superiores a 40 graus.

O calor extremo não se limitará ao sul da Europa: no Reino Unido, o serviço meteorológico emitiu um alerta de calor para o próximo domingo, com temperaturas a subir em grande parte da Inglaterra e do País de Gales.

A temperatura máxima pode ultrapassar 40 graus, num país cujo recorde até agora é de 38,7 graus.


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