Alteração de comportamentos reduziu incêndios em 2021

Relatório da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais refere que houve menos ocorrência e menos área ardida, assim como menos vítimas mortais.

Em 2021, o número de incêndios foi 15% menor do que em 2020, tendo havido uma redução para mais de metade face à década anterior, refere o relatório da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), entregue este mês na Assembleia da República.

De acordo com os dados do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, houve menos incêndios (totalizando 8 223), menos área ardida (28 415 hectares) e menos mortes (seis) durante o ano transato, o que “vem confirmar a dinâmica de alteração dos comportamentos de risco da população”, visto que praticamente “a totalidade dos incêndios tem causa humana”.

A AGIF destaca, no relatório, que “a generalidade da população tem vindo a demonstrar nos últimos anos adequar os seus comportamentos face ao risco, em particular a norte do Tejo, onde observamos que optam por fazer as ignições em dias meteorologicamente menos gravosos (- 54% de incêndios em dias de alto risco, face ao período de 2011-19), mas também demonstrando uma maior preocupação com a gestão de vegetação em torno das habitações”.

Para a Agência, os números devem-se às ações de sensibilização e fiscalização da GNR, ao patrulhamento e à comunicação do risco, e a outros processos como o programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, que abrange 2 064 aldeias, e o controlo da vegetação em territórios de gestão pública e em infraestruturas de interesse público. O documento revela que foram intervencionados cerca de 88 000 hectares, mais 25% que em 2020, sobretudo em faixas lineares de gestão de combustível. O relatório salienta ainda a importância de os proprietários privados se mobilizarem na gestão dos terrenos, defendendo a agilização de mecanismos como o programa Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP).

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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