Foco do plano de ação para desenvolvimento da agricultura biológica no consumo merece destaque positivo
Esta tarde, em reunião com o Comissário europeu para a Agricultura, na apresentação do “plano de ação para o desenvolvimento da produção biológica da UE”, Álvaro Amaro, apesar de reconhecer aspetos positivos deste sistema, exprimiu a sua preocupação com a posição do executivo europeu em matéria de produção biológica, e quer que se considerem os elevados riscos e impactos da iniciativa da Comissão.
Dirigindo-se a Janusz Wojciechowski, perguntou se este “acredita realmente que este aumento da produção biológica, e a consequente quebra de produtividade na agricultura europeia, não conduzirá a uma subida da importação dos alimentos? Com uma agravante, é a de que esses alimentos serão, obviamente, produzidos com critérios muito menos exigentes em termos sociais e ambientais.”
Os produtos orgânicos são mais caros do que os seus equivalentes não-orgânicos e, num contexto em que a produção europeia deixa de atender às necessidades de todos os seus cidadãos, é expectável que a solução venha a ser a importação de produtos de menor qualidade, mas, ainda assim, mais baratos do que os orgânicos.
Álvaro Amaro registou, ainda, que “a Comissão parece ter ouvido o Parlamento, e em função disso, [centrou] grande parte das ações previstas no estímulo ao consumo”. O Eurodeputado tem insistido, em diversas ocasiões, que a estratégia da UE para a produção biológica deverá privilegiar medidas que incentivem do lado da procura, e não da oferta. A lógica que preside a esta abordagem assenta no pressuposto de que as alterações no modelo produtivo deverão resultar de alterações na procura por parte dos consumidores.
Finalmente, para o membro da Comissão da Agricultura, esta evolução na atitude da Comissão é positiva, especialmente tendo em conta a sua posição de partida. Faltará agora insistir para alterar não apenas o sentido da abordagem, mas o seu objetivo fundamental.
Comunicado enviado por Álvaro Amaro.