No início do ano costumo colher amostras de terra para analisar o solo preparando as culturas de Primavera. O tempo incerto com chuva frequente obrigou – me a aproveitar algumas abertas enquanto os miúdos estavam na escola mas este fim de semana pudemos finalmente colher as últimas amostras em conjunto.
Recordando o que já contei noutros anos, colher amostras de terra é uma tarefa relativamente leve, sem riscos e que nos permite caminhar, conhecer os campos, apresentar as árvores e contactar com a natureza enquanto fazemos algo útil.
Em cada parcela de terreno, caminhamos em zig-zag, levando uma sonda com um tubo metálico que se espeta no solo até 20 cm, se roda e retira para colher uma pequena amostra. As amostras dos vários pontos juntam-se no balde e depois são colocadas num saco, devidamente etiquetado, que os técnicos da cooperativa encaminham para o laboratório de solos.
Repito as análises a cada dois anos, para saber como evolui o pH do solo, o teor de matéria orgânica e dois macronutrientes, fósforo e potássio. Não se analisa o azoto porque ele é facilmente arrastado pelas águas e não permanece no solo da mesma maneira.
As análises regulares ao solo permitem-me poupar dinheiro, por não aplicar adubo desnecessário, proteger o ambiente, porque esse excesso de adubo iria causar poluição, corrigir o PH com adição de calcário se for preciso e e aplicar a dose correta de cada nutriente para ter a melhor produção possível em qualidade e quantidade.
Com o resultado das análises, vou depois recorrer ao aconselhamento dos engenheiros agrónomos da cooperativa e das empresas de sementes e fertilizantes, valorizando também o chorume ou estume aplicado na terra, para fazer uma correta gestão dos nutrientes do solo.
#carlosnevesagricultor
O artigo foi publicado originalmente em Carlos Neves Agricultor.