O Governo de Angola e a representação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Fao, na sigla inglesa) no país assinaram hoje, oficialmente, o Quadro de Programação do País (CPF) para o período 2020-2023.
O CPF, elaborado em conformidade com as disposições do acordo de parceria entre Angola e FAO e o atual quadro de cooperação da ONU, tem como objetivos “aumentar a segurança alimentar e melhorar a nutrição”, “impulsionar um programa inovador de capacitação liderado por jovens e mulheres e mecanismos financeiros” e “transformar o sistema agroalimentar angolano num sistema resiliente, competitivo, diversificado e inclusivo”.
Para a implementação deste quadro, estima-se que o total de recursos necessários seja de 57 milhões de dólares (47 milhões de euros).
A assinatura do protocolo decorreu na sede do Ministério da Economia e Planeamento de Angola, na capital, Luanda, e contou com a presença do titular desta pasta, Sérgio Santos, da coordenadora da ONU em Angola, Zahira Virani, e da representante da FAO no país, Gherda Barreto.
Segundo um comunicado do Governo de Angola, o ministro da Economia e Planeamento reconheceu, na cerimónia, que a assinatura deste acordo demonstra que o Governo “deposita na agricultura, e sobretudo na agricultura familiar, uma grande expetativa” e que considera a FAO como “um parceiro-chave”.
No mesmo documento, Zahira Virani destacou a necessidade de coordenar esforços a nível multissetorial dentro e fora da ONU para atingir a fome zero e promover o crescimento económico através da agricultura sustentável.
Gherda Barreto, da FAO, sublinhou que o desafio é “ainda mais acentuado” devido à pandemia de covid-19, que coloca “em risco os progressos alcançados na segurança alimentar e na subsistência dos que trabalham na agricultura e nos sistemas alimentares”.
“Acreditamos que a FAO está numa posição ideal para contribuir diretamente na transformação dos sistemas agroalimentares angolanos para ser mais resilientes, sustentáveis e modernos (…) que permitam incrementar a produção nacional, ao mesmo tempo que aumentam o emprego, com inclusão de jovens e mulheres, e contribuem para as nossas quatro maiores aspirações: melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente, e uma vida melhor”, acrescentou Gherda Barreto.
Os projetos em execução neste quadro estão a ser financiados com o apoio do Governo de Angola, Banco Mundial, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, Banco Africano de Desenvolvimento, União Europeia, Fundo Global do Ambiente, e ONU como fundo CERF e o fundo ODS.