O primeiro-ministro anunciou, esta quarta-feira, um investimento total de 59 milhões de euros para o regadio no distrito de Bragança, dos quais de 39 milhões de euros são para criação de regadio, mais uma tranche de 19 milhões para o melhoramento das estruturas que já existem.
“O Programa Nacional de Regadio que lançamos está com muita atenção centrada na zona do Alqueva mas dirige-se a todo o país, designadamente a todo o Norte Interior. O distrito de Bragança é um dos distritos onde tem concentrado o maior volume de investimento, seja na reabilitação de perímetros antigos seja na criação de novos perímetros ou novas barragens”, explicou António Costa, durante uma visita à barragem da Camba onde estão a decorrer várias obras de melhoramento, com um investimento superior a sete milhões de euros.
O governo lançou há quatro anos o Plano Nacional de Regadio e captou mais de 200 milhões de euros de fundos comunitários “mas duplicamos a verba para investimento com um contrato com o Banco Europeu de Investimento, suportado exclusivamente pelo Orçamento do Estado, uma parte significativa para a expansão do Alqueva e o resto para diversas zonas do país, em especial para estes territórios do Interior”, destacou o líder do governo que, na quinta-feira, participa no Conselho de Ministros em Bragança “Governo mais Próximo”, o primeiro descentralizado.
Na primeira fase, já foram aprovados e estão em curso investimentos no distrito de Bragança na ordem dos 39 milhões de euros. Na segunda fase, deverão ir para este território mais 19 milhões “só para melhorar as condições de regadio nesta região”, realçou o primeiro-ministro, que considera os investimentos “muito importantes para um uso mais eficiente da água, uma vez que os anteriores sistemas eram, muitos deles até a céu aberto, com muitas perdas e temos que ter uma utilização cada vez mais racional da água e, por outro lado, melhorar a produtividade destes solos e das culturas”.
“Bragança tem crescido muito na produção de azeite e de frutos secos. Estes sistemas de regadio abrem novas oportunidades na área da fruta, dos frescos. É um programa muito importante que temos vindo a desenvolver, porque só há desenvolvimento do Interior com a criação de novas oportunidades económicas que gerem maior valor e permitam atrair mais investimento, criar mais emprego e atrair mais pessoas”, elencou.
Interpelado por um agricultor que lhe disse que antigamente para pagar aos trabalhadores chegava um litro de azeite e agora são precisos 50 litros, António Costa sublinhou que é importante aumentar o valor do azeite para “poder compensar pois não podemos voltar a um país que não tinha Segurança Social onde as pessoas ganhavam à jeira, esse país já não existe e não vai voltar a existir, temos que ter uma agricultura sustentável do ponto de vista ambiental e social”.