[Fonte: INE] O ano agrícola 2017/2018 caracterizou-se meteorologicamente por um outono quente e extremamente seco a que se sucedeu um inverno igualmente seco mas frio. A situação de seca meteorológica, que se verificava desde abril de 2017, foi ultrapassada por uma primavera muito chuvosa (a 3ª primavera mais chuvosa desde 1931) e fria. O verão foi classificado como normal em termos de temperatura e precipitação embora junho tenha sido o 2º mês mais chuvoso desde 2000 e agosto o mês mais quente dos últimos 88 anos.
Neste contexto, a segunda estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2018, elaborada com dados disponíveis até 31 janeiro 2019, aponta para um acréscimo do Rendimento da atividade agrícola, por Unidade de Trabalho Ano (UTA) de 0,2% em termos reais, em relação a 2017, após um crescimento de 5,4%. A evolução do rendimento resultou da conjugação de um aumento nominal do VAB (+1,3%) com um acréscimo dos Outros subsídios à produção (+3,0%).
Na produção vegetal destacam-se os aumentos de produção dos cereais de outono-inverno (+8,5% face a 2016/2017), numa campanha que registou a menor superfície desde que existem registos estatísticos sistematizados (117 mil hectares). Nas culturas de primavera-verão registou-se uma diminuição generalizada da produção, com particular relevo no tomate para a indústria, cuja produção foi 25,7% inferior à da campanha anterior, em resultado da diminuição da área instalada. Nos pomares, as quebras de produção também foram evidentes, especialmente nas maçãs (-18,8%) e nas peras (-19,7%). A produção de vinho atingiu os 5,88 milhões de hectolitros (-10,3% face à vindima anterior).
Na pecuária assinala-se, face a 2017, o aumento de 1,7% do total de peso limpo do abate de reses (inclui bovinos, suínos, ovinos, caprinos e equídeos) que ascendeu a 466 mil toneladas. Registou-se um aumento do volume de abate de bovinos, suínos e caprinos e uma redução do peso dos ovinos e equídeos abatidos.
Os efetivos animais presentes nas explorações agrícolas a 1 de dezembro de 2018 refletem, face ao período homólogo do ano transato, reduções do efetivo bovino (-2,3%), ovino (-0,8%) e caprino (-2,1%), enquanto o efetivo suíno foi superior em 1,8%.