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APENO apresenta Plano Estratégico para o Enoturismo

A Associação Portuguesa de Enoturismo reclama não fazer parte do Conselho Estratégico para o Enoturismo criado pelo Turismo de Portugal e apresenta estratégia que considera relevante para o sector.

O novo Conselho Estratégico Nacional do Enoturismo criado pelo Turismo de Portugal (TP), formalizado em Setembro durante a Conferência de Enoturismo em Reguengos de Monsaraz, deixou de fora a APENO, a única associação portuguesa dedicada exclusivamente ao enoturismo. A Associação Portuguesa de enoturismo (APENO) respondeu antes do ano terminar, apresentando o seu próprio Plano Estratégico para 2022.

Segundo declarações à imprensa no dia em que se assinou o documento em Reguengos de Monsaraz, o Presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, declarou que «este plano vai permitir recolher mais dados sobre os turistas que visitam Portugal para enoturismo e melhorar a oferta do sector». Para tal, a ideia é «alargar o compromisso do enoturismo a outras entidades, públicas e privadas, em todo o território nacional».

Perante estas declarações, «é no mínimo estranho, a APENO não fazer parte deste plano estratégico para o enoturismo juntamente com outras entidades, principalmente tendo em conta que é a única associação portuguesa dedicada exclusivamente ao enoturismo, com uma equipa dotada de uma experiência vasta neste sector», revelou a associação em comunicado. «Desde que nascemos em Julho de 2020 que pedimos para trabalhar de mãos dadas com o Turismo de Portugal, que continua, apesar da nossa insistência, a não nos incluir no seu grupo de trabalho para desenvolver o enoturismo, nem nos tem ouvido na organização de actividades que tem realizado, e que acabam por ser mais do mesmo», diz Maria João de Almeida que, além de Presidente da APENO, é uma das mais reconhecidas jornalistas especializada nas área do vinho e do enoturismo em Portugal. Para a Presidente desta associação, detentora de vários prémios nacionais e internacionais de livros de vinho e enoturismo, «falta ao Turismo de Portugal uma visão prática do enoturismo. É necessário ter experiência no terreno, conhecer os locais, os produtores, as suas dificuldades e perceber as especificidades do mundo do vinho para as adaptar ao turismo e trabalhar o sector de forma eficaz. E não é só com conferências políticas, como aconteceu em Reguengos de Monsaraz, ou com actividades que são mais do mesmo que vamos lá chegar!» reclama a dirigente. E termina: «Falta visão empresarial ao Turismo de Portugal. Sendo uma associação empresarial não queremos substituir este organismo governamental, mas sim ser um complemento importante que apoie na organização do sector com maior eficácia. Deixem-nos trabalhar!».

Aproveitando a deixa, Luís Sá Souto, vice-presidente da APENO revela ainda alguns dos problemas existentes no sector. «Falta um estudo que nos mostre o retrato do sector de forma clara e objectiva, formação de teoria complementada com prática nas escolas e universidades, apoios fiscais por parte do estado, um sistema de facturação próprio do enoturismo, uma CAE e código IRS específicos, isto só para falar de alguns problemas» aponta. E remata «Temos como associados a maioria dos principais produtores nacionais, além de agências de promoção turística e empresários em nome individual que todos os dias nos falam dos seus problemas. Temos uma grande proximidade com os nossos associados e queremos ajudá-los com objectividade».      

Assim, a APENO apresentou publicamente esta semana o ‘Plano Estratégico para o Enoturismo’ que considera relevante e que está assente em 5 pilares: Números, Formação, Sustentabilidade, Media e Tecnologia. Tendo em conta estes pilares, a APENO pretende continuar a lutar por um CAE e um código IRS específicos para o enoturismo, investir num estudo sério que revele o retrato do sector de forma clara e objectiva, investir em formação teórica com uma componente prática cada vez mais presente nas escolas e nas universidades, pedir junto do governo apoios fiscais e idealizar um sistema de facturação próprio do enoturismo, além de diversas actividades já agendadas para 2022  que vão ajudar a dinamizar o sector. Exemplo disso são as festas  de Enoturismo Urbano – um novo conceito lançado pela APENO e que promove provas de vinho e story telling do produtor em ambiente urbano – a realizar nos dias 9 de Abril, 30 de Julho e 12 de Novembro (em Lisboa, Algarve e Porto, respectivamente);  uma grande corrida e caminhada pelos enoturismo dos seus associados (7 de Maio); uma Gala do Prémio Nacional do Enoturismo (18 de Junho) que visa premiar os produtores nacionais e outras empresas do sector com os melhores serviços e profissionais do sector; e um evento ‘Wine Tourism Talks’ (8  Outubro) um encontro dedicado apenas aos profissionais do sector do enoturismo para debater ideias e trocar experiências, entre muitas outras actividades já pensadas, que serão ainda agendadas muito em breve.


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