O estudo “Future of the European Farming Model”, encomendado pela Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, revelou que os apoios no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC) dados a proprietários de terras que não se dedicam ativamente à agricultura, também conhecidos por ‘agricultores de sofá’, impactaram negativamente as comunidades agrícolas.
O estudo revela que para este fenómeno dos ‘agricultores de sofá’ contribuiu os pagamentos baseados em área, incluindo pagamentos diretos. De acordo com o portal Euroactiv, embora estes pagamentos sejam, em alguns aspetos, positivos, por exemplo, ao motivar os agricultores a não venderem as suas terras, podem igualmente provocar comportamentos de não cultivo das terras.
A investigação revelou ainda que esta situação levou a um crescente ressentimento por parte dos agricultores mais ativos, uma vez que “inibem o crescimento e a consolidação, contribuindo pouco para a segurança alimentar”. Detetou-se ainda que estes apoios contribuíram para o aumento dos preços dos terrenos agrícolas, originando casos de especulação na compra de terrenos.
Recorde-se que este tipo de subsídios surgiu em resposta ao decrescimento do número de explorações agrícolas e agricultores. Estima-se que a União Europeia poderá perder mais de 6,4 milhões de explorações agrícolas até 2040.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.