A Associação de Proteção e Socorro (APROSOC) lamentou hoje a posição do presidente da Liga dos Bombeiros sobre a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR, defendendo a sua importância no combate aos incêndios florestais.
“Embora respeite o direito à liberdade de pensamento e expressão do Dr. António Nunes, não posso em consciência e de forma responsável, em defesa do interesse público, concordar com a pretensão de extinção da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR que é minha convicção será uma vez mais tentada”, afirmou o presidente da APROSOC, João Paulo Saraiva, em comunicado.
No sábado, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) criticou que a Guarda Nacional Republicana (GNR) esteja envolvida no combate aos incêndios florestais, considerando que há “uma concorrência desleal”.
“Uma coisa é a GNR com os seus homens e mulheres que merecem o nosso respeito e a nossa admiração pelo trabalho que fazem em prol da segurança do país. Outra coisa completamente diferente é para o mesmo local ou para uma circunstância de concorrência entre duas entidades que deviam ser complementares”, disse António Nunes, em entrevista à agência Lusa.
António Nunes considerou que, como Portugal não tem recursos financeiros avultados, a melhor solução é cada entidade desempenhar o seu papel, defendendo que os 1.200 elementos da UEPS deveriam ser entregues aos bombeiros e não estar na alçada de uma força de segurança.
Perante estas declarações, João Paulo Saraiva salientou que foi o surgimento da UEPS que “potenciou a evolução muitas corporações de bombeiros” ao nível da formação, disciplina e preparação física, áreas que “até então praticamente não eram levadas a sério”.
O presidente da APROSOC considerou ainda “muito infelizes as declarações” de António Nunes e frisou que “muitos bombeiros e outros cidadãos devem a vida a militares da UEPS da GNR, na época ainda Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS), por exemplo nos grandes incêndios do Caramulo”.
“Considero muito infelizes as declarações do atual presidente da LBP, que não esqueçamos é a confederação dos patrões dos bombeiros portugueses e que, em muitos casos, não tratam assim tão dignamente os bombeiros portugueses, ou pelo menos não os tratam com o respeito e dignidade que merecem relativamente às condições de trabalho e segurança social”, adiantou.