trator

Arcos de Valdevez quer apoio do Governo para criar polo de inovação rural

O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez pediu hoje ajuda ao Governo para a criação de um polo de inovação rural nas instalações de um antigo centro de formação rural, propriedade do Ministério da Agricultura.

“É importante dar um salto em frente, é importante podermos mostrar novas tecnologias que estão a chegar todos os dias à agricultura, novos produtos, e é importante estarmos preparados por intermédio deste polo de inovação rural”, afirmou João Manuel Esteves.

O pedido de ajuda do autarca social-democrata foi dirigido ao secretário de Estado da Agricultura, Rui Martinho, que hoje participou, naquele concelho do distrito de Viana do Castelo, a assinatura de dois protocolos entre o município e várias entidades locais de incentivo à produção pecuária.

No final da sessão, aos jornalistas, João Manuel Esteves explicou que esse polo de inovação rural terá “a ajuda do sistema científico e tecnológico, no caso concreto do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), mas também das associações de produtores e com todos aqueles que possam, efetivamente, contribuir para essa melhoria da inovação que é absolutamente essencial neste momento”.

“O local existe, tem uma propriedade com cerca de cinco ou seis hectares, tem três casas que precisamos de reabilitar. É necessário termos equipamento para os laboratórios. Também é importante ter condições para fazer espaços de incubação. Há muita gente a chegar, que quer fazer inovação e que não tem um espaço”, especificou.

O autarca disse desconhecer o montante do investimento necessário para requalificar as instalações do Ministério da Agricultura, mas admitiu tratar-se de um montante “considerável”.

“Será importante encontrar financiamento no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), onde efetivamente esses investimentos estão previstos e essa rede nacional também está prevista e, portanto, nós queremos pertencer a essa rede”, frisou.

João Manuel Esteves garantiu que o município está disponível para dar o seu contributo, tal como faz noutras áreas”.

“Obviamente que queremos ser parceiros nesse investimento”, sublinhou.

O secretário de Estado da Agricultura disse que o seu ministério “faz questão de fazer parte deste processo e de estar envolvido neste projeto concreto de apoio aos agricultores”, garantindo que articulará com o Ministério das Finanças, que tutela o património do Estado, a “refuncionalização do antigo centro de formação profissional”.

O autarca pediu ainda a Rui Martinho o “reforço de algumas medidas do PEPAC para os custos pesados dos custos de produção” que o mundo rural, nesta região assente no minifúndio, está a enfrentar, destacando que “nos 400 quilómetros quadrados do concelho existem 900 a mil explorações agrícolas e cerca de 15 mil efetivos de gado bovino, caprino e ovino”.

“É extremamente importante que se direcionem e reforcem os apoios para os territórios de minifúndio e de montanha. Pedimos e chamamos a atenção do secretário de Estado, não só porque é preciso criar rendimento para que pessoas se fixem, mas também porque os fatores de produção na agricultura, neste momento, estão complicadíssimos. Tem de haver apoios, porque se não as pessoas podem desanimar e, se desanimam, depois é muito difícil retomarem”, apelou.

A câmara assinou hoje com a Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca um protocolo de colaboração para apoio aos produtores de bovinos, caprinos e ovinos em 50% dos custos relacionados com a sanidade animal, num investimento de 38.500 euros.

Um outro protocolo, no âmbito da valorização dos produtos locais, contempla a cooperação entre o município, a Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, o Agrupamento de Escolas de Valdevez, a Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do Agrupamento de Escolas de Valdevez e a UNISELF – Sociedade de Restaurantes Públicos e Privados, SA, tendo em vista a introdução da carne cachena nos refeitórios escolares durante este ano letivo, num investimento estimado em 27 mil euros.

João Manuel Esteves aproveitou ainda a presença do governante para pediu um “simplex” para as candidaturas ao PEPAC, por considerar que algumas candidaturas são carregadas de papéis”.

A “valorização dos largos milhares de hectares de terrenos baldios e a instalação de “mais duas equipas de sapadores florestais” no concelho foram outros dos apelos feitos.

“Concorremos sucessivamente para ter mais duas equipas de sapadores florestais, mas confrontamo-nos sempre com uma dificuldade burocrática por não termos 2.500 hectares de floresta contínua e contígua”, especificou.

Na resposta ao “caderno de encargos” apresentado pelo autarca, o secretário de Estado da Agricultura disse que os pedidos estão previstos no âmbito do PEPAC.


Publicado

em

, ,

por

Etiquetas: